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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

So Cruel: escura, amarga, intensa e masoquista

Você poderia ouvir Achtung Baby de todas as direções. Você poderia virá lo de cabeça para baixo. Você poderia olhar para ele de uma dúzia de diferentes ângulos. Não importa. Não importa o jeito como você chega nele, há sangue nas faixas. E em nenhum lugar isso é mais evidente do que na balada ‘So Cruel’.
Descrevê-la como meio amarga seria um eufemismo. ‘So Cruel’ é a queixa desolada de um amante que tem sido rejeitado, mas que permanece amando seu algoz. É escura, amarga, intensa, masoquista. Como uma declaração sobre a infidelidade conjugal, o sentido de traição que acompanha isso e a raiva quase inevitável que se segue, seria difícil de suportar.
Bono está claramente extraindo de experiências muito próximas dele, e particularmente do turbilhão emocional que The Edge e Aislinn estavam atravessando.
“Está ali, mas é injusto colocar tudo na separação de The Edge e Aislinn”, ele explica. “Essa foi uma das coisas tristes. Eu fui seu padrinho, e nós todos sentimos por isso. Mas essa era apenas uma das partes disso. Havia várias outras coisas acontecendo internamente na banda e fora dela e eu estava trabalhando direto com aquilo. As pessoas estão tentando desesperadamente agarrar-se em um momento que é muito difícil. Olhando ao redor, você vê quão despreparadas para isso todas as pessoas estão, e os acordos que elas fazem. Eu acho que há muito poucas pessoas escrevendo sobre isso, realmente.”
Visto de um outro ângulo, ‘So Cruel’ lida com a possessividade, ciúme e obsessão – a parte do cerébro onde sexo e poder estão conectados em um coquetel inebriante e viciante. Scott Walker foi uma reconhecida influência na música. “O seu é um modo muito delicado de expressão para o exterior”, Bono disse a Joe Jackson da Hot Press, “embora muitas vezes é atado debaixo de um monte de dor e raiva”. Então, também havia Roy Orbison, para quem Bono e The Edge tinham escrito ‘Mistery Girl’. O arranjo é creditado a Flood, destacando uma parte sutil de incorreção de estúdio que transforma a música.
“Se você não tem uma música lá em primeiro lugar, nada disso faria a menor diferença”, ele diz, “mas eu acho que a maneira como passou todo o ritmo foi muito importante. Foi colocada como uma música de fundo cheia de sentimento...O baixo é tocado, mas no estúdio, nós medicamos para mudar a ênfase que a linha de baixo coloca. Que a transformasse em algo que tivesse uma sensação única sobre ela. Foi uma faixa onde a tecnologia que está disponível para nós foi fundamental para o produto final.”
Mas no final é a poesia que a faz memorável. “Her skin is pale like God’s only dove/Screams like an angel for your love/Then she makes you watch her from above/And you need her like a drug.”

Agradecimento: Rosa - Achtung Zoo
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