Em novembro de 2000, Lúcio Ribeiro foi enviado pela Folha De São Paulo ao Rio de Janeiro, para cobrir a visita do U2 ao Brasil, como parte de uma tour promocional de divulgação do álbum "All That You Can’t Leave Behind".
A entrevista rolava solta. Lúcio, Bono e Larry (o próprio Lúcio se contradiz e diz que era Edge que acompanhava Bono), sentados em uma confortável sala do Copacabana Palace. Bono extremamente simpático, brincando, fazendo pose. Conversou bastante, perguntou de São Paulo ("Aquela cidade incrível, mágica, cheia de luzes").
Perto deles, a cão-de-guarda, ou melhor, a assessora da banda, uma gringa que misturava portunhol com inglês e era preciso atenção especial para entendê-la. Estava segurando uma pranchetinha no peito, vigiando tudo e apressando. "Seus 10 minutos acabaram. Faz a última pergunta", disse a assessora.
Lúcio Ribeiro então enfiou a mão em sua bolsa. Bono não desgrudava o olho daquela bolsa verde, encardida, com uma estampa do Chemical Brothers.
O líder do U2 então tomou o gravador da mão de Lúcio e disse: "Este é para seu web site. Isso é como Wyclef Jean (rapper americano dos Fuggees) mostra respeito por alguma coisa. E eu vou mostrar respeito por vocês agora", disse Bono. E, em um dueto exclusivo, Bono e Larry (ou Edge) mandaram um rap para os leitores da coluna Popload de Lúcio Ribeiro na Folha De São Paulo. Na verdade, ensinado pelo rapper Wycleaf, eles fazem com a boca um barulho similar a uma rajada de 21 tiros. Bono fala isso no final.
Para ouvir o "rap" de uma das mais consagradas bandas do rock em todos os tempos, se prepare. Como disse o Zeca Camargo no show particular da Globo: "Eu nunca pensei que chegaria a falar isso, mas enfim. Senhoras e senhores, com vocês... U2".
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