"Recebemos esse convite uma vez", Bono conta. "O reverendo Billy Graham adoraria conhecer a banda e oferecer uma bênção. Ele é o fundador da Christianity Today. Eu não sabia disso na época, mas ainda queria a bênção. E eu estava tentando convencer a banda a vir comigo, mas, por vários motivos, eles não puderam. Foi difícil por causa da agenda, mas acabei encontrando um jeito".
Isso foi em março de 2002, apenas algumas semanas depois que o U2 fez seu lendário show no intervalo do Super Bowl, e dias depois que seu single "Walk On" ganhou o Grammy de Música do Ano.
"Franklin, filho de Billy Graham, me pegou no aeroporto", diz Bono. "Ele estava fazendo um trabalho muito eficaz com a ONG Samaritan's Purse. Mas não tinha certeza sobre como agir comigo. No caminho para encontrarmos seu pai, ele continuou me fazendo perguntas".
Bono reencena a conversa:
"Você… você realmente ama o Senhor?"
Sim".
"Ok, você o ama. Você é salvo?"
"Sim, e econômico (um trocadilho que ele fez com a palavra "saving", que significa "poupar", "economizar").
Ele não ri. Nenhuma risadinha.
"Você entregou a sua vida a Jesus? Você reconhece Jesus Cristo como seu Salvador pessoal?"
"Ah, eu conheço Jesus Cristo e tento não usá-lo apenas como meu Salvador pessoal. Mas, sim".
"Por que suas músicas não são, hum, músicas cristãs?"
"Elas são!"
"Bem, algumas delas são".
"O que você quer dizer com isso?"
"Bem, por que elas não… Por que não sabemos que são músicas cristãs?"
Eu disse: "Elas vêm todas de um lugar, Franklin. Olhe a sua volta. Olhe para a criação, olhe para as árvores, olhe para o céu, olhe para essa diversidade de colinas verdejantes. Nenhum deles traz uma placa que diz: 'Louvado seja o Senhor' ou 'Eu pertenço a Jesus'. Eles apenas dão glória a Jesus".
Por quatro décadas, Bono se envolveu em conversas como esta, respondendo a cristãos que não tinham muita certeza do que fazer com ele ou com o U2.