PARA VOCÊ ENCONTRAR O QUE ESTÁ PROCURANDO
sexta-feira, 22 de abril de 2016
1979: A Grande História Da Inocência - Parte 14
Em junho de 1980, Partridge também tinha a tarefa de finalmente apresentar ao chefe do selo, Chris Blackwell, a banda que eventualmente faria da Island um dos maiores fenômenos de negócios de sucesso na história da música nos anos 80. Inicialmente morno sobre o U2, o primeiro encontro de Blackwell com a banda ocorreu em uma data meio estranha.
"Foi na noite em que Bob Marley tocou no Crystal Palace, o último concerto que Marley fez no Reino Unido", recorda Partridge. "Acontece que o U2 estava tocando no Half Moon em Herne Hill, um show que fizeram várias vezes quando iam para Londres. Chris nunca tinha visto a banda e saiu do show de Bob e foi para o Herne Hill e reuniu-se com a banda. O camarim era como uma sala, e eu só me lembro dele tendo um prazer imediato com a banda, porque eles eram brilhantes, articulados, engraçados, todos esses tipos de coisas. Isso deu-lhes o selo de aprovação de Chris Blackwell."
Blackwell também deu sua bênção para o nome da banda, que era até então um ponto de discórdia na Island. "Na época, haviam pessoas que pensavam que U2 era um nome terrível", diz Partridge. "Muita gente estava chamando eles de 'The U2s'. Mas a opinião de Blackwell foi: 'não, eu gosto do nome. É muito simples. Se você tem algo simples, um nome curto, você pode realmente deixá-lo enorme junto às luzes do letreiro do Madison Square Garden.... "
Coincidentemente, Paul Slattery foi no mesmo show no Half Moon que Blackwell, e se recorda de outra coisa. "O lugar estava lotado", ele diz. "Estava tão quente e molhado, que eu me lembro do vapor na minha câmera. Esse foi um grande show. Então eles fizeram um show no Lyceum em setembro com o Echo And The Bunnymen e ninguém deu a mínima. Eu não acho que eles causavam reações em qualquer lugar."
Na mesma época, como um monte de discípulos do início do U2 na imprensa musical britânica, Slattery começou a ter dúvidas sobre a banda. Ele e Dave McCullough fizeram sua terceira matéria para a Sounds com Bono em outubro, fotografando o cantor no Kensington Gardens, enquanto ele se escondia entre os arbustos e empurrava uma jovem em seu balanço. Pela primeira vez, o jeito cada vez mais bondoso de Bono começou a irritar Slattery.
"Eu estava dando à Dave uma carona de volta para o escritório da Sounds, e ele disse: 'Ei Slattery, Bono me contou que ele é um cristão...'", recorda o fotógrafo. "Bono estava se tornando mais teatral e messiânico em grande estilo. Só pensei: boa sorte para ele, mas não é a minha. A próxima coisa que eu fiz depois disso foi ir até Glasgow rever o The Clash. Pensei: é melhor, é mais o meu estilo. Pelo menos você pode tomar uma bebida e fumar um baseado, sem uma condenação completa."
A corrida agora era para salvar o futuro do U2. Enquanto os primeiros caras de mídia como Slattery e McCullough lavaram suas mãos em relação à banda, e a Radio One ainda os considerava muito inferior para tocar na programação, seu perfil comercial ainda não era forte o suficiente para sustentar uma carreira convencional. Seu período de lua de mel havia acabado, precisariam encontrar novos caras de mídia, se quisessem sobreviver além do seu precário primeiro ano. Mas o lançamento em novembro de 'Boy', o álbum de estreia da banda com uma sonoridade crua, dificilmente apontava para um futuro brilhante.
"Não se esqueça, quando o disco saiu, nós prensamos apenas 8.000 cópias", diz Nick Stewart. "Sempre me recordo disso nestes dias atuais de vendas onde as pessoas gostam de dizer que eles prensaram 200.000 cópias ou qualquer outra coisa. O que eu acho interessante é que agora, 20 anos depois, o U2 vende mais cópias por ano deste primeiro álbum, do que eles prensaram quando saiu".
Muito grande para a Irlanda e muito pequeno para o Reino Unido. Mais tarde, em retrospectiva, o próximo passo de carreira pareceria impiedosamente calculado. Mas no momento, parecia a única chance deles: América.
Revista Uncut - Dezembro de 1999
0 Comentários
Assinar:
Postar comentários (Atom)