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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Aviso: o U2 não é conhecido por fugir da controvérsia


Ontem, o Belfast Telegraph trouxe uma matéria onde um político da Irlanda acusa o U2 de insensibilidade para com as vítimas das atrocidades republicanas, devido à montagem da performance de "Raised By Wolves" na nova turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE.
A música nos shows, é precedida por sons de explosões que reverberam em torno das arenas.
Político e ex prefeito de Belfast, Jim Rodgers na entrevista disse que a performance da canção nos shows que acontecerão em Belfast em novembro, pode desencadear um motim no público, e vem pedindo na imprensa que o U2 reveja a decisão de tocar a canção com esta montagem nestes shows em Belfast.

Hoje, em nova matéria, o Belfast Telegraph diz: "Poderia o grito do U2 por justiça para as vítimas da carnificina sangrenta da Irlanda - em sua maior parte na cidade natal da banda - realmente desencadear um motim em Belfast como Jim Rodgers sugere? Eu duvido."

Talvez a canção controversa, seu visual e seu áudio podem até ser retirados para os shows de Belfast, mas o U2 não é conhecido por fugir da controvérsia.
Quando eles tocaram no King's Hall em Belfast em junho de 1987, havia previsões de que seria um problema infernal se eles incluíssem "Sunday Bloody Sunday" no set, que é sobre o dia mais sombrio de Derry. Três anos antes, no Maysfield Leisure Centre, Bono tinha dito que ele nunca iria cantar a música novamente se o público não gostasse, mas a resposta foi positiva e a banda continuou a tocá-la em outros shows, com Bono abrindo com as palavras "Esta não é uma canção de rebeldia".
No entanto, em 1987 a jogada certa seria o U2 não tocar a canção, no meio das tensões que prevaleciam em Belfast naquele momento.
Bono foi entrevistado no Aeroporto Internacional de Belfast, poucas horas antes daquele concerto, e ele não deu pistas sobre o setlist. O único pensamento dele, era se a banda poderia estar em sintonia ou não.
Na hora do show, a canção foi a 6° tocada na noite, e não houve nenhum descontentamento dos 6.000 fãs presentes.
Ironicamente, apenas 5 meses depois do concerto em Belfast, o IRA ganhou o repúdio de um Bono raivoso, pelo atentado que matou 11 pessoas em Enniskillen.
O U2 estava tocando em Denver, Colorado, mais tarde naquele mesmo dia, e durante "Sunday Bloody Sunday", Bono condenou a atrocidade, gritando "Foda-se a Revolução" em um discurso no meio da música. Também denunciou o republicanismo "poltrona" de muitos irlandeses-americanos e disse que a maioria das pessoas na Irlanda não apoiavam o IRA.
"Onde está a glória do bombardeio em bombardear um desfile do Dia da Lembrança de pensionistas idosos, suas medalhas retiradas da gaveta e polidas para o dia. Onde está a glória nisso? Para deixá-los morrer ou deixá-los aleijados pelo resto da vida, ou mortos sob os escombros da Revolução que a maioria das pessoas no meu país não quer. Foda-se a Revolução."
Bono dificilmente poderia ter deixado mais claros seus sentimentos e recuou suas palavras com ações quando o U2 fez um show para uma platéia de convidados com jovens eleitores no Waterfront Hall, às vésperas do referendo sobre o acordo de paz Good Friday em maio de 1998.
Fazia alguns meses que uma bomba em Omagh matou 29 pessoas e Bono disse em um tributo televisionado para as vítimas: "O único grão de esperança que você possivelmente pode recolher a partir deste terror, é que isto tem de ser o fim de tudo."
Bono mais tarde escreveu uma canção chamada "Peace On Earth" contendo os nomes de algumas das vítimas de Omagh, incluindo Ann McCombe, cujo marido Stanley disse que estava honrado que ela tinha sido mencionada e acrescentou que milhões de pessoas em todo o mundo compreenderam a mensagem.
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