O U2 tocou no local em 6 ocasiões na turnê de 'Boy', em setembro e novembro de 1980. E também em 2 ocasiões anteriormente, em junho e julho de 1980, pela mini turnê que ficou conhecida como '11 O'Clock Tick Tock Tour'.
Em dezembro de 1980, a New Music Express, com Gavin Martin, escreveu uma matéria sobre duas apresentações do U2 no Marquee, dos shows das noites de 26 e 27 de Novembro:
Que lugar estranho para descobrir o U2! Aqui eles são enterrados no ventre do submundo da capital - o posto da miséria e degradação do Soho.
Na verdade, a música rock é um lugar estranho para se descobrir o U2. Na maioria das vezes, o rock é uma doença que alimenta-se de dinheiro, sexo e drogas, um passatempo melancólico, sem rumo. As pessoas não usam a música rock, ela os usa.
É hora de queimá-lo, é hora de reorganizar os ideais tortas e restaurar a validade para a música rock.
É hora para o U2: otimista, com alma, e clarividente.
Esta noite é uma produção imperfeita do U2. Os vocais são mal mixados. Mas... com os olhos inexperientes da juventude pré-adolescente contemplando de pano de fundo, uma névoa de som de ressonância doce se estende sobre a multidão, deslizando com sinos de ouro da guitarra e revestido com cremosidade tonal. "Stories For Boys" é uma canção com um raro senso de espaço e controle textural e evoca mistérios, sonhos e imaginação.
No mundo do U2, os jogos de jovens adultos, do rock and roll ou mesmo a própria vida, devem ser como os jogos de crianças: exploratório, inquieto e brincalhão. Eles têm um ponto de vista sem restrições e um cinismo de quatro jovens brilhantes.
Só um cego ou morto poderiam ignorar a paixão e carisma gerada pelo cantor Bono. A essência que sustenta o desempenho é uma vibração elétrica entre o palco e pista de dança. É algo que uns grupos tentam, mas apenas alguns podem alcançar. Bono carrega isso para a beira do palco, se agacha, retorcendo-se como um tigre e se desenrolando como uma cobra por uma floresta, de braços estendidos e mãos apalpando. É um espetáculo único e uma sensação única; a única comparação que consigo pensar é com algumas imagens antigas de Iggy Pop.
Bono dirige à si mesmo, a banda e o público tão rápido que às vezes o zelo e o fervor predomina e a música perde sua delicadeza. Você sente que a combustão interna vai queimar o grupo prematuramente. Bono sente esse ar de "muito, muito breve" e então tenta esvaziar o mito exagerado do U2.
Ainda existem pontes para queimar e alturas para escalar. Sua sensualidade intrínseca é falha pelo excesso repugnate do rock n roll.
Como artesões musicais, o baterista Larry, o guitarrista The Edge e o baixista Adam usam um porrete onde eles deveriam usar uma talhadeira. O sentimento de "Another Time, Another Place" é uma das vítimas do desleixo. Eles devem evitar ou justificar seus gostos para frescuras pegajosas e clichês do rock n roll.
Bono não quer deixar de salientar a sua fé cristã, que é ridícula, mas compreensível. "Messias do Rock". Os críticos e os cínicos irão zombar. As pessoas do rock and roll ficam assustadas por questões religiosas.
O U2 ainda tem contradições em sua composição, eles poderiam estar mapeando vetores de emancipação, mas eles muitas vezes impõem o mito da dependência servil. Não estou dizendo que Bono deve tornar-se o James Brown branco.
Quando eles ficam bons, eu quase podia chorar sorrindo. "I Will Follow" é "o tipo de música que deveria estar no topo das paradas", diz Bono. Não é só por isso! "Twilight" é nítida e transparente, bateria quente, lacônica. Firmemente amarrada, com doses incisivas de emoção e de cor é "Out Of Control".
U2 é uma resposta positiva à negatividade do Killing Joke. Às 23:00 é hora de ir para casa e as crianças não choram mais. "11 O Clock Tick Tock" é o único requiem que querem ouvir. Outro jogo tolo chega ao fim...
U2 não está "longe", eles estão perto! Mais perto da pulsação do coração, mais perto para os sentidos e mais perto da alma. Eles podem ficar mais sábios, mais fortes e melhores. Meu conselho é simples: continue empurrando.
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