Como é de costume, Bono concedeu uma entrevista para o L.A Times em 1993, mas um fato muito curioso é que a entrevista não começou com uma pergunta para Bono, mas sim uma pergunta de Bono para o entrevistador:
"É verdade que "One" foi muito tocada nas rádios durante os motins de Los Angeles? Isso é o que eu ouvi de amigos, o que é surpreendente, porque eu nunca vi a música como algo esperançoso ou reconfortante. Para mim, é uma canção muito amarga."
E o vocalista continuou: "Eu não cresci na tradição dos compositores pop que sentem que é essencial tornar tudo claro para o ouvinte. Todos nós da banda estamos sempre interessados em abstração... deixar as coisas fora de foco."
Para entender melhor, o evento à qual Bono se referiu ficou conhecido como Distúrbios de Los Angeles, desencadeados em 29 de abril de 1992, quando um júri absolveu três brancos e um hispânico, oficiais do Departamento de Polícia de Los Angeles, acusados de agressão filmada contra o motorista negro Rodney King, após uma perseguição em alta velocidade. Milhares de pessoas na área de Los Angeles se revoltaram ao longo dos seis dias após o veredito.
Saques, assaltos, incêndios, assassinatos e danos materiais ocorreram, dando cerca de US$ 1 bilhão de prejuízo. Ao todo, 53 pessoas morreram durante os tumultos e milhares mais foram feridas.
Os tumultos começaram no dia 29 de abril e iniciaram-se na região sul da cidade de Los Angeles, espalhando-se em seguida por toda a região metropolitana do Condado de Los Angeles. Como a polícia local não conseguiu lidar com a situação após quase uma semana de protestos, o Corpo de Fuzileiros Navais e a Guarda Nacional da Califórnia foram chamados para patrulhar as ruas, e, no sexto dia após o início, os tumultos finalmente cessaram.
Após o final dos protestos, uma profunda reforma na polícia de Los Angeles foi realizada, o que incluiu a demissão do chefe de polícia, e os policiais envolvidos foram novamente julgados.
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