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terça-feira, 9 de março de 2010

Capítulo 14 - A vida na América

O U2 começou o ano de 1981 faturando mais prêmios na eleição da Hot Press. Foram nove, no total. O grupo aproveitou o bom momento e partiu para uma excursão pela Inglaterra, com vários shows esgotados. Como o dinheiro era curto, a solução era improvisar, e para isso todos viajavam em uma van, com Paul McGuinness ao volante, a banda no banco de trás, tendo Joe O'Herlihy ao lado. A pouca grana era destinada para dormirem em lugares razoáveis e gastar com boa comida. As apresentações corriam bem, sempre com lotação completa. Bono crescia como cantor e The Edge, Adam e Larry cada vez mais se entrosavam.
Se o problema não era no palco, nas viagens é que a tensão ia crescendo. Enquanto Bono, Adam e Edge passavam horas e horas discutindo a Bíblia e seus ensinamentos, Adam ficava isolado dos demais, causando a compaixão de McGuinness, que secretamente se sentia incomodado com a atitude dos três.
E as tensões iriam aumentar quando Gavin Friday deixou Shalom irritado com as limitações que eram impostas, principalmente ao Virgin Prunes. "Quer dizer que para atraírem mais jovens nós e o U2 prestamos, mas as nossas vidas, roupas e costumes, não servem? Nós somos aceitos ou estamos sendo usados?", bradou, antes de sair definitivamente. O fato mexeu com todos, especialmente Bono, grande amigo de Gavin e que não esboçou reação alguma, de início. Bono sentia a atração pelos dois lados de sua vida e não sabia ainda como conciliar. Edge e Larry tinham posturas diferentes. O baterista sentia um grande conforto após cada reunião enquanto o guitarrista conseguia separar bem os dois lados.
Enquanto isso, a banda precisava começar a trabalhar em novas canções para um novo disco. E partiram para uma série de apresentações nos Estados Unidos. Os primeiros shows foram no dia 3 de março, com duas apresentações no Bayou, em Washigton. Nessa viagem ganharam a companhia de Ellen Darst, mandada pela gravadora Warner com uma função delicada: verificar os modos e hábitos do grupo para saber se a gravadora daria mais dinheiro para a turnê e a gravação do disco. Darst gostou dos meninos e viu que eram extremamente sérios e disciplinados. Não havia drogas, bebidas, mulheres, apenas um comprometimento total com a música.
A vida na América era totalmente diferente da que viviam na Irlanda.
Lá eram uma banda fazendo o que os americanos chamavam de "circuito de bandas de terceira divisão". Mesmo assim, o U2 se saía muito bem, ganhando fãs em suas apresentações cheias de energia e emoção. Ao final da excursão a banda viajou para Nassau, nas Bahamas para encontrar Steve Lillywhite. Os dez dias que lá ficaram tinham apenas um objetivo, discutir as gravações do novo disco, que começariam em seis semanas.

agradecimento: www.beatrix.pro.br/mofo
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