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quinta-feira, 25 de março de 2010

Capítulo 16 - O casamento de Bono e o quase fim do U2

A fama de grupo cristão ainda incomodava Bono que tentou explicar a fé do U2 novamente em uma entrevista: "Eu acho que a força espiritual da banda é essencial para o grupo, e imagino que cada um deve encontrar o seu caminho. Eu não estou levantando uma bandeira ou dizendo para que os outros caminhem até Deus. Tanto na igreja católica como na protestante existem mentiras e coisas absurdas e não sou eu que vou defendê-las ou explicá-las. Quando me pergunta em que acredito, digo que falo disso nas letras."
E cada vez mais o lado messiânico começava a incomodar Adam Clayton, que continuava se sentindo à margem do grupo. A única coisa que aliviava o baixista eram os shows que eram numerosos. Mas mesmo os shows estavam tornando-se complexos cada vez mais. E a razão era simples: falta de estrutura.
Paul McGuinness continuava comandando os negócios do grupo dentro de sua casa. Não tinha um escritório e, pior, sentia que faltava uma pessoa que pudesse ajudá-lo na preparação das turnês. O único nome novo em sua equipe era de Steve Iredale, que ficava com uma parte mais artística. Paul começou a procurar alguém até que foi sugerido que procurasse uma outra figura famosa: Dennis Sheehan. Dennis havia sido durante 10 anos o responsável pelas turnês da banda mais famosa, rica e polêmica dos anos 70, Led Zeppelin. Dennis só deixou o grupo após a morte do baterista John Bonham, em 1980 e depois trabalhou para diversos artistas como Patti Smith. Ele era uma pessoa que poderia fazer muita diferença na organização.
Em abril, após o lançamento do single A Celebration, surgiram rumores que o grupo não iria mais trabalhar com Steve Lillywhite. E outros boatos davam conta que o U2 estava compondo novas músicas com o produtor Sandy Pearlman, responsável pelo segundo disco do The Clash, Give' Em Enough Rope.
Era fato que o U2 trabalhou com Sandy e que gostaram da maneira calma e prática do produtor, mas o grupo ainda nao havia se decidido. Enquanto isso, o grupo abriu um show para o Police, em julho. A rotina de shows seguia interminável. Mas ela sofreu um recesso no mês de agosto para um acontecimento importante: o casamento de Bono com Alison, no dia 21 de agosto, na igreja Guinness, em Raheny.
E para selar a paz interna dentro da banda, Bono convidou Adam para ser seu padrinho, atitude que surpreendeu o baixista. A atitude de Bono mostrou a Adam que ele era importante dentro de todo o contexto do U2 e amarrou ainda mais a amizade interna.
Mas se Adam e Bono finalmente tinham conseguido resolver duas diferenças, Larry e The Edge estavam confusos. O baterista havia decidido largar o Shalom, infeliz com os rumos que o grupo havia tomado. E coube a The Edge instaurar outra crise. Logo após a chegada de Bono da Jamaica, onde passara sua lua-de-mel, o guitarrista avisou que estava fora do grupo, de forma definitiva. Bono entrou em choque e durante uma semana ficou enlouquecido com a decisão e só ficou mais calmo quando o guitarrista disse que continuaria com a banda.
Com o quarteto calmo, resolveram convidar novamente Steve Lillywhite para a produção de um novo disco. Lillywhite podia não ser o melhor produtor do mundo, mas conhecia bem como trabalhar com o grupo estava disposto a acertar nesse terceiro disco. "O primeiro ficou marcado pela inexperiência de todos; o segundo foi prejudicado com o sumiço das letras de Bono. Então sentamos e perguntei se não podíamos ter outra chance. E o que ajudou muito foi o fato de the Edge estava mais inspirado do que nunca antes e compondo uma nova melodia.”
Essa nova melodia seria, em poucos meses, a canção-símbolo da banda durante anos e anos e o disco seguinte ganharia o apelido de "The Edge Orchestra" dos críticos. A letra viria depois e falaria de um certo domingo. O caminho rumo ao estrelato estava cada vez mais perto...
agradecimento: www.beatrix.pro.br/mofo
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