A nova edição da revista The Hollywood Reporter estampou o U2 em sua capa, e traz uma longa matéria e entrevista com a banda!
O site U2 Brasil (www.u2br.com) disponibilizou uma tradução (feita por Jéssica Melo) na íntegra deste conteúdo.
Uma parte interessante da matéria fala sobre "Ordinary Love":
Com a canção "Ordinary Love" concorrendo ao Oscar na categoria Melhor Canção Original, Bono se mostra entusiasmado sobre os outros indicados na categoria e a dura concorrência, dizendo que tem pedido à banda para diminuir qualquer expectativa de ganhar. Mas "se a canção conseguir ganhar" diz ele, "daria uma nova impressão ao nosso público, o que seria genial. Eu adoraria se tivesse uma vida fora do filme. Porque nós colocamos grande parte de nossa vida na música e, espero, em sua vida, a vida de Mandela."
Compor e gravar "Ordinary Love" foi a maior quebra no ritmo do U2 e ainda estão tendo repercussões fatais. O intenso trabalho no décimo terceiro álbum da banda, o primeiro desde 'No Line On The Horizon' de 2009, estava em andamento durante o verão, com data de lançamento, como objetivo, para dezembro de 2013, quando Harvey Weinstein, co-presidente da The Weinstein Co. e velho amigo de Bono e da banda, contatou-os em nome do produtor sul-africano do filme de Mandela, Anant Singh, e do diretor Justin Chadwick, para pedir uma música para o filme que estava quase concluído.
"Quando recebemos o telefonema de Harvey que dizia: 'Está acontecendo, estão dentro?'. Foi como: 'Homem, isso é sério? Agora?'" disse The Edge. "Mas nós tivemos que fazê-lo, com a história que temos com o homem e a causa."
"Foi difícil parar o que estávamos fazendo" disse Larry Mullen Jr. "Nós estávamos num rolo - estava claro o que estávamos fazendo. E foi tomada a decisão de abandonar o navio, mais ou menos, para se concentrar nisso."
"Apesar da angústia, todos os quatro membros não expressaram arrependimento sobre fazer a música (a indicação para o Oscar ajuda), e eles estão ansiosos de detalhar o longo envolvimento do U2 no movimento anti-apartheid, dos anos 70 e 80, desde os primeiros dias do início da banda até a libertação de Mandela em 1990 e do surgimento de uma África do Sul livre. Juntamente com a Anistia Internacional, era o mais antigo compromisso político internacional do U2. "Este foi um projeto que você não poderia dizer não" disse Adam Clayton. "Para a nossa geração, a África do Sul foi uma ilustração real de como a música pode afetar a mudança do mundo, e foi um rito de passagem em termos de nossa consciência política."
Para criar "Ordinary Love", o U2 foi caracteristicamente obcecado, desonesto e hesitante. "Nós tínhamos três ou quatro chances para fazer certo", disse Bono. "As letras mudaram de rumo para mim depois de ler suas cartas de amor para a Winnie. Talvez a razão pela qual eles nos pediram para fazer uma espécie de momento "Pride (In the Name of Love)", mas não parecia certo. O único lugar em sua vida em que ele se sentia um perdedor, que seus inimigos haviam prevalecido, era em seu casamento. Ele simplesmente não conseguia fazer com que funcionasse, e a parte mais importante do filme é a história de amor.
Disse Weinstein: "Edge é tão duro com a música como ninguém que já tenha visto. Não tínhamos a música pronta a tempo para a seleção do Film Festival de Toronto [em setembro]. Eles vão aperfeiçoar a canção, e os prazos que se dane. E não é por que eles estão sendo difíceis sobre isso - eles apenas querem fazer as coisas direito."
A questão do quão "Ordinary Love" atrasou o próximo álbum ainda sem nome e, agora de longo atraso, não é fácil de responder do círculo interno do U2, mas as distrações foram agravadas por direitos da promoção para o filme, a pausa para lamentar a morte de Mandela e as emoções das nomeações.