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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

"F" e seu facão contra os Black Catolics em show do U2 no Project Arts Centre

Uma noite, durante as gravações de 'Zooropa', Dick Evans, em visita vindo de Londres, passou no Factory para buscar o seu irmão Edge para jantar e deu de cara com Gavin e Guggi, que estavam lá com Bono. A reunião dos Virgin Prunes não evocou qualquer abraço ou aperto de mão. Olhando-os jogar conversa fora, ficava difícil imaginar que aqueles artistas cabeludos, que se apresentavam de forma tão confiante em bares, e aquele tranqüilo acadêmico, estiveram alguma vez juntos em uma banda de rock.
As reminescências que eles compartilham não são do Prunes ou dos novatos U2, mas daquela colorida figura que eles lembram que ficava perambulando na cena club de Dublin nos anos 70. Todos eles contam fascinados lendas sobre esta grande figura que iremos chamar de “F”, que tomou os garotos sob suas asas. Descrito por diferentes testemunhas como um “poeta” e um “ator”, “F” também é engrandecido nestas lendas por encerrar discussões arremessando mesas através de janelas de restaurantes. Bono e Edge dizem que a amizade deles foi conquistada nos primórdios quando uma gangue punk chamada Black Catholics, que costumava atirar garrafas no U2, tentou invadir um show do U2 no Project Arts Centre. “F” estava trabalhando na portaria, e brigou para manter os bagunceiros fora enquanto eles tentavam entrar. Finalmente, do palco, o U2 viu “F” sumir lá fora com os Black Catholics e ouviram o som de gritos e quebradeira. (Como eles ouviram os sons com os amplificadores ligados? Eu já ouvi esta história mais de uma vez e em cada uma delas os detalhes vão se tornando mais vívidos.)
Então “F” voltou feliz como um pássaro. O U2 perguntou a ele o que aconteceu e ele sacou de um facão e explicou: “Eu os apresentei à realidade da violência”.
Foi perguntado se este era o mesmo “F” com quem Bono, Edge e Gavin estudaram mímica. “Sim, foi”. Edge ri. “ ‘F’ em colants era algo a se ver”.

Do livro 'U2 At The End Of The World', de Bill Flanagan

Tradução: Forum UV Brasil

Curiosidades sobre 'Achtung Baby'

Em 1991, a Island Records e o U2 se recusaram a gravar cópias antecipadas do álbum 'Achtung Baby' para colocar à disposição da imprensa. Então, até poucos dias antes da data de lançamento, a banda deu preferência para parte dos fãs ouvirem o disco antes de ler as opiniões da imprensa sobre o álbum. A decisão veio em meio a rumores de tensões dentro da banda.
O álbum foi o primeiro lançamento por uma grande ação de utilizar o chamado "pacotes ecológicos", com cartolina digipak, e a caixa embalada sem o anexo do papelão.
A Island Records encorajou as lojas de discos em ordenar a embalagem da caixa, oferecendo um desconto de 4%.
No booklet, uma foto mostra The Edge com 4 anéis em seus dedos. Juntos, eles formam a frase: 'I' 'Love' 'U' '2'.
Também no encarte, na página antes da letra de "Who's Gonna Ride Your Wild Horses", na foto de The Edge, podemos ver uma expressão árabe na parede que significa: proibido urinar.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Bono correndo atrás de esquilos foi algo que ficou fora do filme 'Rattle And Hum'

Quando Phil Joanou estava editando em 1988 o material documentando em 16mm para o filme 'Rattle And Hum' do U2, ele chamou a banda para mostrar alguns momentos clássicos gravados.
Uma das cenas, gravada em uma sala de gravações no porão de Graceland, mostrava os integrantes do U2 olhando para a coleção de Elvis Presley, de suas estátuas de macacos.
Joanou ao ver a cena, dá um tapa na mesa e grita: "É minha parte favorita das filmagens da turnê". Mas ele mesmo adianta "Claro, provavelmente isso não fará parte do corte final do filme."
E ele estava coberto de razão, pois a cena não entrou em 'Rattle And Hum'.
Joanou também mostrou à banda imagens gravadas de Bono perseguindo esquilos durante um passeio pelo jardim da mansão (também ficou fora do corte final), a banda no túmulo de Elvis e o U2 cambaleando através do hall de discos de ouro em Graceland, olhando aquela profusão de discos brilhantes, cobrindo as paredes. "Olhe! Olhe a cara do Bono!", comentou o diretor.
"Deus! O U2 tem alguns álbuns de platina e é atualmente uma das maiores bandas do mundo. No entanto, caminhando lá deve colocar as coisas em perspectiva."

"Gloria" do U2 se inicia com uma referência ao roubo da pasta com as letras que fariam parte do disco?

Já foi bem explicada toda a história sobre a pasta perdida em 1981, contendo anotações de Bono e Edge, incluíndo letras de músicas que fariam parte do álbum 'October' do U2, de 1981.
O material teria sido roubado nos bastidores de um show do grupo em Portland, nos Estados Unidos. Além das letras, a pasta continha também cartas dos fãs do U2, fotos e um passaporte de Bono.
Com o desaparecimento das letras, Bono precisou reescrevê-las, tentar lembrar delas e improvisar no estúdio durante as gravações do segundo disco da banda.
E provavelmente Bono abriu o disco falando disso! A primeira faixa do álbum é "Gloria", e ela começa com a frase: 'I try to sing this song…'.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Cena com Bono deitado nos trilhos das câmeras em performance de "Helter Skelter", ficou fora do filme 'Rattle And Hum'

Ao assistir no backstage as gravações da primeira noite no Sun Devil Stadium em Tempe, Arizona, para o filme-concerto 'Rattle And Hum' do U2, o diretor Phil Joanou encontrou muitos defeitos, como sua equipe vestida de preto, aparecendo nas filmagens. Outro problema foi o de comunicação entre a equipe. Todos os operadores de câmeras estavam com os microfones abertos, e mesmo assim por causa do som do espetáculo, nenhum deles conseguiu ouvir as instruções do diretor.
Outro problema exposto por Joanou, foi a falta de inspiração dos operadores de câmera: "Em um ponto, eu tinha seis shots médios de Bono, e eu não podia cortar para qualquer coisa, à não ser para o helicóptero. Nós não conseguimos esta noite."
Para a segunda noite de gravações, o diretor tinha novamente 12 câmeras ligadas, o helicóptero e a equipe de 120 pessoas. Ele precisava de cobertura total e imagens inspiradoras.
Joanou podia ver a ação em nove dos seus dez monitores. O último se recusou a funcionar, e em vez disso, captou um episódio de 'Murder, She Wrote'. Mas ele ignorou aquela tela, para ter o prazer de assistir canção após canção.
"Lindo, lindo", ele entoou quando, durante a performance de "Helter Skelter", uma câmera perfeitamente enquadrou Bono deitado sobre os trilhos dolly (mecanismo utilizado para deslizar uma câmera). Joanou estendeu a mão e tocou o monitor, como se ele pudesse se tornar o cinegrafista através de seu puro desejo. "Esse cara é um gênio", ele disse sobre Bono. As pontas dos dedos permaneceram na tela e, em seguida, deslizaram lentamente para baixo.
Infelizmente, esta tomada acabou não sendo utilizada no corte final de 'Rattle And Hum'.

Os canais zapeados no videoclipe de "Even Better Than The Real Thing"

No videoclipe de "Even Better Than The Real Thing" do U2, há uma parte em que canais de TV e em algumas línguas diferentes, são zapeados rapidamente.
Em alguns destes canais, podemos entender o que está sendo dito:

"Is it art or is it pornography?" - onde mostra cenas da estrela pornô Ilona Stallere (Cicciolina) e também gemidos.

"Massage, facial treatment" - um canal mostrando tratamento de beleza.

"When we" - um apresentador ou um pastor na TV

"Beautiful" - um depoimento de uma senhora

"Naughty, decadent" - Bono andando pela rua

"Anyway, here's the first release off their album" - uma VJ da MTV

"Las Vegas trash" - Bono novamente andando pela rua

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Bono não quer que aconteça com as novas canções do U2, o que aconteceu com "I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight"

Na entrevista para o LA Times, Bono mencionou que uma razão para o U2 ainda estar trabalhando no álbum, é que eles mudaram a abordagem em estúdio, e que querem fazer o equivalente à um "teste de estrada" nas novas músicas, testando elas em várias chaves, diferentes ritmos e arranjos diferentes, antes do álbum sair.
Isto se deve ao fato de que no último disco de estúdio da banda, a canção "I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight", segundo Bono, sempre deveria ter sido uma faixa dance, e por isso que ela mudou drasticamente nas apresentações ao vivo: "Ela foi muito retrabalhada na 360 Tour. Algumas músicas se transformaram em algo diferente ao vivo, e essa é uma das razões para os atrasos neste recente álbum do U2".
"Estamos tentando descobrir a coisa que iriamos descobrir depois de seis meses na estrada. Nós queremos entrar com essas alterações antes de liberar o álbum."
Sobre uma das canções inéditas, "This Is Where You Can Reach Me", Bono diz que o U2 como banda, foram ver em 1977 o Clash e aquilo transformou a vida deles: "Naquela noite, fui para casa, mas parte de mim nunca voltou para casa. O The Clash me deu uma visão extraordinária, o som mais extraordinário. Foi um assalto audiovisual e nós tínhamos 16, 17 anos de idade."
"Há muito progressivo ao redor, mas tenho o suficiente de uma memória de 1977 para não se render a ele", Bono continuou. "Havia pensamentos musicais incrivelmente puros então. Você sabia sobre o que a canção se tratava. Você conhecia a melodia. Você sabia qual era o gancho. Estamos indo um pouco para isso no novo álbum."

Música inédita do U2 seria sobre os conflitos na Irlanda do Norte?

Bono revelou títulos de algumas músicas inéditas do U2, e uma delas é chamada de "The Troubles", como explica o vocalista: "Há uma chamada "The Troubles", que é como ... ela vai rasgar você ao meio. Tem um pouco de música soul nela."
O título desta nova música do U2, pode ser sobre os conflitos na Irlanda do Norte, conhecidos como 'The Troubles'.
Duas canções do U2, "Please" e "Sunday Bloody Sunday", falam sobre o 'The Troubles', conflitos étnicos e políticos na Irlanda do Norte.
"The Troubles' foi um conflito de grande violência pelo estatuto político da Irlanda do Norte, que causou grande perda de vidas durante a segunda metade do século XX. Tratava-se, em primeiro lugar, da população protestante (maioria), em favor de preservar os laços com a Grã-Bretanha, e do outro lado a população católica (minoria), em favor da independência ou a integração da província com a República da Irlanda, ao sul, país predominantemente católico. Ambas as partes recorreram às armas, e a província mergulhou em uma espiral de violência que durou desde o final da década de 1960 até a assinatura do Acordo de Belfast ou Acordo de Sexta-Feira Santa em 10 de Abril de 1998, que estabeleceu as bases para um novo governo, em que católicos e protestantes compartilhassem o poder. No entanto, a violência continuou após essa data e ainda continua de forma ocasional e em pequena escala.

Títulos de três novas canções do U2, são revelados por Bono em entrevistas

Na semana passada, The Edge revelou para um jornalista da Rolling Stone, que o U2 ainda trabalha em estúdio no novo álbum, e que a banda no momento tem cerca de 30 canções em vários estágios, e que destas, 6 ou 7 foram mixadas e finalizadas. Uma destas canções certamente é a versão longa de "Invisible".
Agora, foi a vez de Bono dar mais detalhes sobre o novo material do U2, e em entrevista para a NRJ's Energy Radio Online da Europa, ele revelou o título de duas novas músicas da banda: "Há algumas lindas, de partirem o coração. Há uma chamada "Song For Someone". Há uma outra chamada "The Troubles", que é como ... ela vai rasgar você ao meio. Tem um pouco de música soul nela."
Também em uma entrevista ao site LA Times, Bono mencionou o título de uma terceira nova canção do U2 e diz que acredita que ela fará parte do novo álbum: "This Is Where You Can Reach Me".
Ele também mencionou que uma razão para o U2 ainda estar trabalhando no álbum, é que a banda quer fazer o equivalente à um "teste de estrada" nas novas músicas, em notas e arranjos diferentes, antes do álbum sair.

Agradecimento: @U2 (www.atu2.com)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O U2 nos Olhos da América

Em 11 de Novembro de 1988, o Segundo Caderno do jornal O Globo, publicou uma crítica do filme-concerto 'Rattle And Hum' do U2, que naquele momento ainda não havia sido lançado nos cinemas.
O crítico musical Mílton Abirached, apesar de destacar a importância da banda, foi meio irônico em sua matéria, e ainda por cima confundiu a música "Bad" com a canção "Surrender", que sequer aparece no filme ou no disco.
Outra gafe é ele citar que "Hawkmoon 269" aparece ao vivo no filme, quando todos sabemos que a música só está presente no disco.

Os scans são do blog U2 Brasil - O Fanzine, e os downloads dos mesmos podem ser feitos no www.u2brasilofanzine.blogspot.com.br

O Fogo Inesquecível

Quando os americanos jogaram a bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, foi um dos últimos e mais bárbaros atos da Segunda Guerra Mundial. Essas duas cidades japonesas foram totalmente destruídas, e em termos humanos o número foi ainda mais terrível.
Um total de 67.000 pessoas morreram imediatamente como resultado direto, e milhares mais ficaram marcadas, feridas e mutiladas. Mas foi uma catástrofe deveras como nenhuma outra em termos de impacto psíquico: os efeitos da radiação das bombas ficariam por gerações, produzindo mudanças genéticas do tipo mais assustador, e causando disseminação de leucemia e câncer. O total de mortos é quase impossível de se calcular, embora 200.000 é provavelmente uma estimativa conservadora. Foi o mais próximo do que jamais tínhamos chegado do Armagedom, um espetáculo terrível de imensidão assustadora de tal forma que ninguém que estava próximo a ele poderia nunca, jamais esquecer. O mundo inteiro parecia transformado num gigantesco ossuário.
Iwakichi Kobayashi foi um sobrevivente do holocausto que tinha engolfado Hiroshima e Nagasaki. Ele desenhou uma pintura para ilustrar sua memória do que tinha acontecido. A televisão japonesa tomou o tema e convidou outros sobreviventes para apresentarem suas próprias pinturas. Se tornou um tipo de exorcismo, um derramamento terapêutico de tristeza e de horror perante a atrocidade que tinha visitado pessoas inocentes pelas máquinas militares de ambos, os EUA e Japão. Os japoneses criaram uma exposição de pinturas e desenhos de sobreviventes do holocausto, intitulada The Unforgettable Fire, que aconteceu no Hiroshima Peace Memorial. Durante o início dos anos 80, cerca de 60 pinturas tinham sido expostas; elas foram para exposição no Museu da Paz em Chicago, e o U2 as viu lá. “Ilustrar era uma parte da terapia para ajudar essas pessoas, purgando-se das suas emoções internas“, The Edge disse a Tristan Logan da revista Boston na época. “As imagens de purgação associadas com as informações que deram para o horror do holocausto nuclear, permaneceu na mente de Bono. Mais tarde nós encontramos o título que se ajustou a nova gravação de muitas maneiras, especialmente no sentido de refletir as suas texturas multicoloridas”.
Bono foi pego no instinto do trabalho novamente. Em uma inversão da norma, que seria típico da banda, Bono pensou em The Unforgettable Fire como o nome do álbum primeiro.
Era um título bom demais para não usá-lo também numa canção, embora o Bono tenha produzido um poema lírico que tinha pouco ou nenhuma conexão com a fonte original do título. “Era uma peça sonora que eu estava tocando com o piano em casa”, The Edge refletiu mais tarde. “Era uma bela peça de música, mas eu não conseguia ver como alguém poderia abordá-la liricamente ou vocalmente. Isso ficou martelando durante algum tempo, e eu e Bono estávamos em sua casa trabalhando no material para a gravação e eu encontrei esse cassete do piano e nós decidimos mexer nela. Eu tinha um teclado DX7 e trabalhei nele. Dentro de uma hora, nós tínhamos escrito uma seção do verso com Bono tocando baixo, e nós virtualmente escrevemos a música lá. Obviamente foi mudada com bateria e baixo no estúdio, mas os primeiros 20 minutos na casa de Bono contaram.”
Bono ainda estava em estado semi permanente de bloqueio para escrever. “Escrever canções espanta a clara luz do dia fora de mim”, ele disse na época. “Tem sido um problema enorme e eu só fugi, eu acho”. Mesmo em uma situação onde eles tinham a melodia e a música, ele estava encontrando dificuldade para fixar as letras. “Eu vejo o ritmo das palavras como sendo importante”, ele raciocinou depois. “Elas acumulam-se lentamente e muitas vezes eu acho que não está pronta, apesar de todos os outros pensarem que está, eu não posso deixá-la passar. É por isso que muitas das músicas tendem a ser esboços. "The Unforgettable Fire" é um esboço: ‘Carnival/wheels fly and colours spin/face to face/in a dry and waterless place’. Ela constrói uma imagem, mas é apenas um esboço. Alguns esboços, no entanto, funcionam melhor que outros. “Não lhe diz nada”, Bono acrescenta, mas ele está certo até certo ponto. Novamente este é um diário de viagem emocional, imagens embaralhadas através da memória para ressaltar o sentido sincero de saudade da canção. É uma canção de amor que enlaça tematicamente de volta para "A Sort Of Homecoming", mas é imbuída de uma profunda sensação de mau agouro que parece antecipar o fim do relacionamento.
“É quase um clássico”, The Edge disse para Carter Alan em 1985. “Eu a vejo mais como uma peça de música do que como uma canção. Bono, de uma forma muito pouco convencional, explora inúmeras melodias em mais seções. Ao invés de repetir melodias, você sabe, versos e refrões, que é o que todo mundo faz, nós temos três melodias de refrão e duas melodias de verso. Eu sei que poderíamos tê-la gravado melhor, mas, penso eu, por todos os seus defeitos, eu só vejo isso como uma grande peça de música.”
A sensação sinfônica é intensificada pela adição de uma seção de cordas, arranjada por Noel Kelehan, um improvável aliado para o U2, desde que ele era mais familiar para ambos os públicos irlandeses e internacionais, como o condutor da RTE Light Orchestra, em sucessivos Eurovision Song Contests. A coisa importante, no entanto, é que as seqüências de trabalho elevam a faixa além da estética do rock convencional. Seu horrível ponto de partida contudo, foi uma das mais belas criações do U2.

Agradecimento: ROSA - U2 MOFO

O que (talvez) você não percebeu em 'Boy'

No álbum 'Boy' do U2, a canção "I Will Follow" traz uma linha que diz: “I was on the inside when they pulled the four walls down”.
Ouvindo este trecho na música, há um som ao fundo, que representa estas quatro paredes sendo destruídas.
Exatamente aos 3 minutos e 6 segundos da canção "Twilight", pode ser ouvido nitidamente um estalo. Provavelmente, o som apareceu na gravação devido à algum objeto que caiu no chão do estúdio, ou devido à algum erro da produção no momento da mixagem da faixa.
Em "Another Time, Another Place", com 1 minuto e 51 segundos da música, pode ser ouvido um erro de Edge na guitarra, na última nota da tríade.
Depois do solo de guitarra, entre 3 minutos e 37 segundos, até 3 minutos e 51 segundos, Bono canta em uma língua que não é o inglês, podendo ser gaélico ou alemão, mas em versões ao vivo da música, nesta parte ele canta em inglês: "I know who I am / I don't know what I'm feeling tonight / know where I'm going sometimes."

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Bono fala sobre a decepção ao ouvir a versão demo gravada pelo U2 da canção "Out Of Control"

Em 1987, durante uma entrevista de rádio com Bono, o DJ informou aos ouvintes que iria tocar uma canção que fazia parte da história do U2, a demo da canção "Out Of Control" (a versão presente em 'U2 Three').
Bono rapidamente se manifestou: "Meu Deus, você não vai tocar isso. Por favor, não toque isso."
Ao ouvir a música, Bono falou sobre a gravação da demo: "Esta versão demo foi feita em um estúdio de quatro faixas... cara. Eu me lembro que só queria estar ali na O'Connell Street, na ponte sobre o Rio Liffey, e de querer pular dali depois que eu ouvi a música. Só pensei: 'bem, rapazes, está tudo acabado, nós fizemos o nosso melhor... mas obviamente não é boa o suficiente.'"
Ele continuou: "Eu escrevi isto no meu aniversário de 18 anos. Eu meio que acordei naquela amanhã e, eu não sei se estava de ressaca ou algo parecido, acho que não estava sendo ousado nessa fase, mas eu pensei, os dois eventos mais importantes da sua vida, que era o de nascer e o de morrer, estavam muitas vezes fora de suas mãos, sabe? Você não tinha escolha, estava meio que fora de seu controle."
Bono não gosta da versão demo da canção, mas sua opinião muda para a regravação da canção em 'Boy': "Eu acho que a versão de 'Boy' soa muito bem."

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Filme Online: À Procura do Amor (Dublado)

Mãe solteira e divorciada, Eva (Julia Louis-Dreyfus) passa seus dias trabalhando como massagista e temendo a partida de sua filha para a faculdade. Ela conhece Albert (James Gandolfini), um homem gentil e engraçado que também está prestes a enfrentar o ninho vazio. Enquanto seu romance floresce rapidamente, Eva conhece Marianne (Catherine Keener), sua nova cliente e melhor amiga.
Marianne é uma bela poeta, também é divorciada, tem uma filha adolescente, Tess (Eve Hewson), e não guarda boas lembranças do relacionamento com a pai da garota. Marianne parece "quase perfeita", exceto por um pequeno detalhe: reclama demais de seu ex-marido. De repente, Eva se encontra duvidando de sua própria relação com Albert, quando descobre a verdade sobre o marido de Marianne.

O blog traz um player com o filme na íntegra, dublado em português (feche o anúncio no local indicado):

Adam Clayton pegou um óculos emprestado para as fotos do disco 'Boy' do U2

Na contracapa do disco de estreia do U2, 'Boy', Adam Clayton pode ser visto na foto, usando óculos.
Só que aquele óculos não era dele, e sim do designer Steve Averill.
Adam Clayton pegou emprestado para a foto, porque achou muito legal o óculos!

Seria um som de crucificação no início de "Until The End Of The World"?

No início da canção "Until The End Of The World", dos 0:04 aos 0:08, um som baixo de fundo pode ser ouvido, que soa como alguém martelando pregos na madeira.
Como o tema da canção aborda a traição de Judas com Jesus, acredita-se que este som que soa como uma 'crucificação', possa ter sido colocado propositalmente na mixagem.
Mas pode ter sido apenas uma coincidência, já que na introdução da canção foram utilizados instrumentos de percussão, como congas. Então seria um simples som do instrumento ao fundo.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

The Edge fala sobre o preto e branco no filme-concerto 'Rattle And Hum'

No filme-concerto 'Rattle And Hum' do U2, a cor aparece depois de quase dois terços do caminho percorrido, quando os espectadores já haviam esquecido que existia cor.
Sobre isso, The Edge comenta: "Bem, o orçamento principal foi para uma gravação colorida, e estávamos um pouco preocupados com o fato de que nós estávamos apresentando a Paramount um filme que tinha cerca de 60% de sua exibição em preto e branco.
Os estúdios estavam muito preocupados sobre a obtenção do orçamento na tela. Mas nós continuamos preferindo perder na cor e adicionar o preto e branco.
Essa foi a maneira que funcionou e eu acho que foi a decisão certa. Eu não sinto que estávamos errados, mas gostaríamos de saber como as pessoas no estúdio reagiriam à isso quando tanto dinheiro tinha sido gasto para um filme à cores, e nós voltamos para a era do preto e branco."

October Tour: o primeiro encontro entre U2 e Anton Corbijn

A 2° perna da turnê de 'October' em 1981, aconteceu na América do Norte.
No show no Toad's Place em New Haven, devido a um problema técnico no final de "11 O'Clock Tick Tock", o U2 teve que abandonar o palco, e em vez de fecharem com "The Ocean", terminaram a apresentação tocando "I Will Follow".
Este concerto foi o primeiro na turnê October, que eles tocaram "A Day Without Me", e o primeiro exemplo da combinação de "I Threw A Brick Through A Window / A Day Without Me", que se tornou uma sequência característica de shows do U2 até 1985.
Na passagem de som para o show no Center Stage em Providence, o U2 tocou uma versão de "Jumpin' Jack Flash" dos Stones, com Bono tocando guitarra.
Na apresentação no Hitsville South, no Asbury Park, algo incomum: Bono tocou piano em trecho de duas canções: "Out Of Control" e "The Electric Co."
Em janeiro de 1982, a 3° perna da turnê aconteceu na Europa. No show no Royal Dublin Society Hall em Dublin, Vincent Kilduff se juntou à banda tocando uillean pipes em "Tomorrow".
Em fevereiro, novamente shows na América do Norte, pela 4° perna da turnê. A banda tocou no salão de baile de um barco que navegava ao longo do rio Mississippi. Antes do concerto, o U2 e um fotógrafo holandês chamado Anton Corbijn se reuniram para fazer uma sessão de fotos no convés do barco SS President Riverboat.


Este foi o início de uma longa relação da banda com Corbijn, que dura até os dias atuais.
Antes da apresentação no Cardi's, em Dallas, Bono ouviu "Southern Man" de Neil Young no rádio e gostou o suficiente para incentivar a banda à não só ensair a música na passagem de som, mas para incluí-la no setlist do show. A banda vai junto com Bono, e como ele conhecia apenas algumas partes da letra da música, ele puxou uma fã para o palco, para ajudá-lo durante o show. Isto aconteceria em outros shows também.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Bono tem uma nova guitarra: Gretsch Electromatic (RED)


Na noite de segunda feira em Nova York, o U2 foi a atração musical na estreia de Jimmy Fallon no novo Tonight Show.
Na entrevista com a banda, o apresentador foi presenteado por Bono com uma nova guitarra Gretsch (Gretsch Electromatic G5623 Electric Guitar in Bono Red).
Ela foi customizada na cor vermelha e com o logo da RED no pickguard, em honra dos esforços de caridade da banda com a campanha (RED).
Esta mesma Gretsch (Red) apareceu primeiramente na segunda versão do videoclipe de "Ordinary Love". Bono está com ela em mãos, perto dos 2 minutos do vídeo.
Um outro modelo da guitarra, aparece nas mãos de Bono no video do making of de "Invisible" (como pode ser visto na foto no início da postagem).
Uma destas guitarras, customizadas especialmente para Bono, foi vendida em um leilão da (RED) ano passado por $250,000, divulgada como Gretsch Electromatic (RED) Zero Generation Bono Signature Guitar, a mesma que Bono usa no making of de "Invisible".

"One" surgiu à partir de seções adicionais para a canção "Ultraviolet (Light My Way)"

The Edge explica como "One" foi a canção que surgiu mais facilmente nas sessões de gravações de 'Achtung Baby': "Nas sessões no Hansa Studios, tínhamos uma música chamada "Ultraviolet", uma espécie de precursora de "Ultraviolet (Light My Way)". Não ia a lugar nenhum, era necessário seções adicionais, e eu fui para o piano e comecei a trabalhar em acordes.
Isto culminou em um trabalho de três dias. Voltei para a sala de controle e eu toquei duas sugestões para o pessoal em uma guitarra acústica. Bono ou Danny Lanois disse: "por que não coloca as duas juntas, como seria?" Então eu fui para o piano e coloquei as duas juntas, e de repente Bono foi atingido por algo e agarrou o microfone e começou a cantar essas mudanças. Adam e Larry apareceram e nós tocamos esses acordes por cerca de 10 minutos.
Então nós ouvimos a gravação e tínhamos a base de "One". Havia uma sensação palpável na sala. De repente ela estava gelificada. É engraçado, eu acho que de todas as canções do álbum, ela é a que veio mais fácil. Fomos na manhã seguinte e cortamos três ou quatro takes e escolhi o melhor e isso é o que se passou no álbum. Para mim, de qualquer forma, esse foi o momento que eu disse: "Ufa! O telhado da casa no oeste da Irlanda é bom de se olhar! Eu serei capaz de trocar o carro este ano!"

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Tocando "Ordinary Love" com o The Roots

Na sala de controle, o U2 acompanha uma reprodução da performance de "Ordinary Love", que aconteceu no sofá ao lado da mesa de Jimmy Fallon. Bono com um microfone, violões acústicos de Edge e Clayton e Mullen batendo em uma pandeireta. Bono estremece quando ele ouve a primeira nota da sua boca novamente – ligeiramente plana. "Eu não tive qualquer monitor de ouvido", ele explica mais tarde. "Eu não podia me ouvir". Mas a música soa quente e intensa em silêncio, até que Bono chama a banda do programa de Fallon, The Roots, para trazerem seu funk.
"Nós ouvimos tudo sobre a televisão americana de Bruce Springsteen", Bono diz. "Ele disse: 'lembre-se, eles podem aumentar, eles podem abaixar. Eles podem colocar em pausa. Você não tem controle'. Por anos, evitamos fazer TV, porque nós sentimos que não poderíamos fazer entender como somos, como queremos que nos ouçam."
"Mas quando você faz algo assim", ele continua, radiante, "você percebe que pode ser você mesmo – fazer algo de especial que sirva a música."
Então The Edge ressalta que o U2 originalmente planejou tocar "Ordinary Love" acusticamente, completa. "Mas ontem, eu pensei: 'talvez para o final, devêssemos deixar o The Roots tocar um pouco'. Quando Bono pediu-lhes para entrarem, eu podia sentir essa coisa – 'Woah!' – e Bono começou a decolar."
"Foi uma lembrança agradável", diz o guitarrista, "que não há nada completamente tão gratificante como tocar uma canção nova para os fãs do U2."


Do site Rolling Stone

A história por trás de "Invisible"

"Trata-se de não ter barreiras", Bono explicou em um corredor no andar de baixo, fora do estúdio principal, à espera do U2 para tocar sua segunda canção no programa de Jimmy Fallon.
O refrão "There is no them", Bono explica: "É sobre como não há público, há apenas você e eu, nós, sempre que tocamos, e como extraordinário é isso", ele acrescenta "que eu decidi fazer isso sem o nome do meu pai", referindo-se à uma linha que fala de sua própria reinvenção intencional como um adolescente, à partir de Dublin, nascido Paul Hewson.
"Ela começou como uma canção de rock em linha reta", diz The Edge sobre "Invisible", durante uma entrevista no camarim do U2. "Foi uma demo em que trabalhei em Los Angeles, quase no estilo Ramones. Quando eu trouxe para a banda em Dublin, nós despimos ela um pouco. Nós tentamos vários arranjos diferentes. Estavam todos promissores, mas não era bem aquilo. Então, nós chegamos neste arranjo com o Brian Burton, levando-a em direção à estética eletrônica. Desse ponto de vista, Bono foi capaz de possuí-la como cantor e sinto que este era um território novo."

Do site Rolling Stone

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

The Rutgers University Drumline participa de performance ao vivo com o U2

O U2 foi a primeira atração musical do novo Tonight Show da NBC, agora apresentado por Jimmy Fallon.
Os bateristas da Rutgers, parte da Rutgers University Marching Scarlet Knights, fizeram a percussão extra das batidas militares (e também de xilofones) para o U2, na performance ao vivo de "Invisible", que aconteceu no telhado na 30 Rockefeller Plaza.

Tim Smith, diretor de bandas de atletismo para a Universidade de Rutgers, havia twittado antes fotos do ensaio da linha de bateristas, com o U2.

Em programa de TV, U2 toca ao vivo pela primeira vez as duas novas canções "Invisible" e "Ordinary Love"

Há algumas semanas atrás, foi anunciado na imprensa que Jimmy Fallon iria estrear à frente do Tonight Show na NBC, com o U2 sendo a primeira atração musical da nova fase do programa.
Fallon substituiu Jay Leno, que conduziu o programa nos últimos 22 anos.
Depois, o site oficial do U2 soltou um comunicado aos fãs, convidando as pessoas que estivessem em Nova York no final da tarde e começo da noite no domingo (16) e na segunda (17), para poderem participar como convidados (junto com um amigo), das gravações da performance do U2 para o Tonight Show.
Foi especificado no formulário, que seria um número limitado de lugares (cerca de 100 pessoas).
Assim, na noite de domingo, o U2, na torre de observação no topo do edifício NBC 30 Rock, realizou uma performance ao vivo da nova canção "Invisible", que foi tocada por duas vezes.
A mesma coisa aconteceu na segunda-feira, e a banda novamente realizou por duas vezes uma performance ao vivo de "Invisible", com os convidados presentes.
Eles optaram pela gravação em dois dias, como backup em caso de más condições meteorológicas.
Nos dois dias de gravações, o U2 contou com uma percussão extra da banda marcial da Universidade de Rutgers.
E foi destas gravações que saiu a primeira performance ao vivo da canção "Invisible", que foi exibida na noite desta segunda-feira, quando o programa foi ao ar pela NBC. O U2 foi a atração musical e participou de uma rápida entrevista.
A performance de "Invisible" no Top Of The Rock foi exibida logo na abertura do Tonight Show, e os fãs presentes na gravação disseram que a edição do programa utilizou um mix das duas gravações das duas vezes que o U2 executou a música.

Mais tarde no programa, os 4 integrantes da banda entraram para uma entrevista com Fallon, e também pela primeira vez, apresentaram ao vivo (e em uma versão acústica), a canção "Ordinary Love".
The Edge brincou muito brevemente com as notas de "Stairway To Heaven" no início, e no final o The Roots, a banda do programa de Fallon, juntou-se à performance.

Vale lembrar que Bono em uma entrevista, disse que a morte de Mandela impossibilitou o U2 de divulgar a música, e que lançar a música como single pareceria que eles estavam querendo fazer dinheiro em cima da morte de Mandela, então eles iriam apresentar a música ao vivo uma única vez, na cerimônia do Oscar.
Mas isso não aconteceu, e a performance no Oscar que ocorrerá em breve, será a segunda apresentação ao vivo da música.

Agradecimento: @U2 - U2 GIGS

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Dreams In A Box: o poema escrito por Bono

'Dreams In A Box' é o título de um poema escrito por Bono em 1987 em um hotel em Phoenix. Ele doou o poema como contribuição para os arquivos do Chicago Peace Museum.

Dreams In A Box

The Chicago Peace Museum is dreams in a box
Some come true, some to be realized
Yet...we know that peace is a living thing
That cannot be put in a place, contained
That it is not the absence of war
That it does not bow down to Marx or Lenin, Reagan or Thatcher
That it is not infected by hypodermic needles
And yet it must infect us with a cure, contagious.

Peace will not prosper while the poor are controlled in ghettos
Cornered by color or greed
From Watts to Harlem, Belfast to Beirut
We must find new solutions to new problems.

The Chicago Peace Museum is a building
put up and run by men and women who believe
that peace does not exist by itself
that it is/will be brought into being by people
That is must be taught in classrooms as well as churches
As street lever as well as the negotiating table
By businessmen as well as artists.

I am a word writer...but it is actions
man-made and concrete
that we need...

We see love torn down
Begin the rebuilding.

---Bono

Sonhos Em Uma Caixa

O Museu da Paz de Chicago é sonhos em uma caixa
Alguns se tornam realidade, alguns a serem realizados
No entanto.. sabemos que a paz é uma coisa viva
Isso não pode ser colocado em um lugar, contido
Essa não é a ausência de guerra
Que não se curva a Marx ou Lenin, Reagan e Thatcher
Que não está infectado por agulhas hipodérmicas
E ainda deve infectar-nos com uma cura, contagiosa.

Paz não vai prosperar, enquanto os pobres são controlados em guetos
Encurralado por cor ou ganância
De Watts para Harlem, Belfast para Beirute
Temos de encontrar novas soluções para novos problemas.

O Museu da Paz de Chicago é um edifício
Erguido e tocado por homens e mulheres que acreditam
que a paz não existe por si só
que ela é/será trazida à existência por pessoas
Deve ser ensinada nas salas de aula, bem como igrejas
Como alavanca de rua, bem como a mesa de negociação
Por empresários, bem como artistas.

Eu sou um escritor de palavras... mas são as ações
concretas e artificiais
que nós precisamos...

Vemos amor demolido
Comece a reconstrução.

---Bono

A história por trás de "A Sort Of Homecoming"

Bono tornou-se um leitor voraz. Ele continuava interessado na Bíblia e na abertura de sua miríade de segredos, mas ele estava lançando sua rede mais amplamente do que nunca. Na tour, nos ônibus e quartos de hotel, ele enterrava a cabeça em qualquer coisa que pudesse colocar as mãos. “É uma pena eu não ter um diário”, ele diz. “Se eu pudesse lembrar o que eu estava lendo eu provavelmente saberia muito mais rapidamente de onde muitas das músicas estavam vindo.”
Ele estava imerso em ficção, filosofia, poesia. E quanto mais poesia ele lia, mais ele começava a entender sua missão como compositor, como algo poético.
Ele podia ocasionalmente ter uma auto-consciência sobre isso. “Eu sou um escritor de palavras”, ele refletiu em 'Dreams In A Box', um poema escrito durante 1987, que ele contribuiu para o Chicago Peace Museum. Mas não há dúvida que em 1984 e fazendo o 'The Unforgettable Fire', ele começou a encontrar sua voz poética. Bono estava lendo o trabalho de Paul Celan, um poeta judeu de descendência alemã e romena, de uma coleção dada a ele por Bill Graham da Hot Press. Celan foi um escritor intensamente espiritual, um místico cuja vida e morte foram envoltas em ambigüidades. De muitas maneiras ele pode ter sido uma descoberta crucial para Bono.
Em 'War', o U2 tinha se afastado do triunfalismo carismático das canções mais abertamente religiosas do 'October', mas até certo ponto, representava um conjunto de questões que são complexas e altamente problemáticas para qualquer um dos lados, fixas convicções religiosas.
Gradualmente, Bono, Larry e The Edge foram deixando para trás as convicções. Mas Celan, em particular, abriu novas vias de dúvida espiritual, que foram despedaçadas de forma mais gritante pelo fato de que ele havia se afogado no rio Sena, em 1970.
Muitas vezes as músicas do U2 começam com o título. Uma frase se fixa na cabeça de Bono, e gira ao redor sabendo que assim tem o potencial de agir como um trampolim. Que pode inspirar o salto da imaginação necessária para começar a escrever uma canção. Pode levar meses. Pode demorar ainda mais. O título vai para um notebook ou para um pedaço de papel. Algumas vezes, em uma descarga imediata de inspiração, um verso ou dois serão produzidos, o que pode acabar em outra música, totalmente. “A poesia é uma espécie de regresso para casa”, Celan tinha escrito, e isso soou verdadeiro para Bono. Como um músico, constantemente longe de casa e em movimento, a frase tinha um tipo especial de significado. Em certo sentido, ela evoca a condição peculiar do transitório, o estado de apatridia (sem pátria) que aflige aqueles cuja experiência torna-os, ocasionalmente, pelo menos, incertos de suas próprias raízes e sua própria identidade.
No final, a frase de Celan inspirou uma meditação que parecia abranger em um devaneio impressionista muitas das obsessões familiares de Bono. Está escrito em um estilo sonhador, cinematográfico, a câmera captura imagens vívidas brevemente que depois se dissolvem uma após outra. Uma constante sensação de movimento de propulsão ao longo da música.
“Ela morrerá e viverá novamente essa noite”, Bono canta, e sexo e espiritualidade se confundem, numa alusão inequívoca à pequena morte e a pequena ressurreição. Mas ao mesmo tempo há um sentido na letra de que as coisas estão caindo aos pedaços e o centro não pode segurar. Na medida em que o narrador parece no controle das palavras, das idéias, da poesia, é em si tranqüilizadora.
É como se Bono estivesse reafirmando seu compromisso com uma vida dedicada à busca da verdade poética. Embora possa parecer como uma referência velada a ‘I Will Follow’, o canto “O come away/O come away/O come away/O come away say I” é mais provável que seja uma alusão inconsciente a ‘The Human Child’ de William Butler Yeats, e era em direção a influências desse tipo que ele se sentia cada vez mais atraído .
“Muito do rock and roll são idéias banais bem executadas”, Bono reflete. “Considerando que eu acho que muito do que fazemos são realmente idéias muito interessantes, mal executadas”.
"A Sort Of Homecoming’" envolveu um monte de idéias muito interessantes bem executadas.
Era uma abertura forte para o álbum.

Agradecimento: Rosa - U2 Mofo

domingo, 16 de fevereiro de 2014

The Edge fala sobre outras bandas fazerem covers de canções do U2

Em um chat no U2.COM no ano de 2001, foi perguntado para The Edge o que ele acha de outras bandas que fazem covers de canções do U2.
Ele respondeu: "Eu acho que tem havido ao longo de todos estes anos, um fluxo constante de bandas que fazem covers canções do U2, mas eu não acho que qualquer uma das versões cover não têm sido bem sucedidas como as originais.
Eu não sei como dizer isso. Eu não estou reclamando. Eu gostei muito de "New Year's Dub". Nós sempre incentivamos as pessoas interessadas, à fazer covers de nossas músicas, desde que elas não saiam uma porcaria!"
Sobra a versão cover que Edge diz ter gostado muito: em março de 2001, Miami estava hospedando o "Miami Winter Music Conference" com DJs e remixers de todo o mundo. Uma faixa underground estava tocando durante a conferência, chamada 'New Years Dub', por um equipamento da Musique.
Essa faixa tinha um sampler de "New Year's Day", do U2, e foi um sucesso nos clubes durante esta conferência.
Ganhou até um videoclipe:

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O U2 tinha mudado, e era melhor se acostumar com ele

O U2 estava pronto para algo novo, algo diferente. Esquecer de sempre tentar fazer sentido. Era hora de parar de fazer sentido, ou pelo menos, sentido óbvio. Eles estavam prontos para o que viria a seguir.
Durante a Segunda Guerra Mundial na Alemanha, cidades estavam sendo bombardeadas, edifícios estavam desmoronando e milhares de pessoas estavam morrendo.
Em meio a guerra, os muros do zoológico de Berlim cairam, e animais vagavam livres pelas ruas. Foi um momento de liberdade ilusória no meio do caos.
Essa história impressionou Bono pela ironia. Foi uma metáfora para o que estava acontecendo na Alemanha com o U2 durante as sessões de gravação de 'Achtung Baby'.
Homens de negócios estavam comprando propriedades à esquerda e direita, cafetões e prostitutas estavam por todo o lado, ladrões e traficantes encontrando carne fresca.
"Zoo Station" montou a linha entre a antiga Alemanha Oriental e ocidental e Bono encontrou uma metáfora perfeita demais para resistir.
A canção abre o álbum, e diz ao ouvinte que vai para um lugar que o U2 nunca tinha ido antes. É hora da viagem para o novo e desconhecido. O U2 tinha mudado, e era melhor se acostumar com ele.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Se Bono fosse um fã do U2, a fase de 'Rattle And Hum' o teria incomodado

Certa vez, foi perguntado para Bono, em que fase da banda ele teria se afastado se ele tivesse sido um fã do U2.
Bono respondeu: "A fase de 'Rattle And Hum' foi muito tumultuada. A sensação daquelas canções teria me incomodado como fã do U2. Eu odeio admitir isso, mas acho que elas são um pouco...eu não sei... talvez presunçosas.
Mesmo tendo feito aquele registro como fãs, acho que calculamos mal a situação."

Para criar "Ordinary Love", o U2 foi caracteristicamente obcecado, desonesto e hesitante

A nova edição da revista The Hollywood Reporter estampou o U2 em sua capa, e traz uma longa matéria e entrevista com a banda!
O site U2 Brasil (www.u2br.com) disponibilizou uma tradução (feita por Jéssica Melo) na íntegra deste conteúdo.
Uma parte interessante da matéria fala sobre "Ordinary Love":

Com a canção "Ordinary Love" concorrendo ao Oscar na categoria Melhor Canção Original, Bono se mostra entusiasmado sobre os outros indicados na categoria e a dura concorrência, dizendo que tem pedido à banda para diminuir qualquer expectativa de ganhar. Mas "se a canção conseguir ganhar" diz ele, "daria uma nova impressão ao nosso público, o que seria genial. Eu adoraria se tivesse uma vida fora do filme. Porque nós colocamos grande parte de nossa vida na música e, espero, em sua vida, a vida de Mandela."
Compor e gravar "Ordinary Love" foi a maior quebra no ritmo do U2 e ainda estão tendo repercussões fatais. O intenso trabalho no décimo terceiro álbum da banda, o primeiro desde 'No Line On The Horizon' de 2009, estava em andamento durante o verão, com data de lançamento, como objetivo, para dezembro de 2013, quando Harvey Weinstein, co-presidente da The Weinstein Co. e velho amigo de Bono e da banda, contatou-os em nome do produtor sul-africano do filme de Mandela, Anant Singh, e do diretor Justin Chadwick, para pedir uma música para o filme que estava quase concluído.
"Quando recebemos o telefonema de Harvey que dizia: 'Está acontecendo, estão dentro?'. Foi como: 'Homem, isso é sério? Agora?'" disse The Edge. "Mas nós tivemos que fazê-lo, com a história que temos com o homem e a causa."
"Foi difícil parar o que estávamos fazendo" disse Larry Mullen Jr. "Nós estávamos num rolo - estava claro o que estávamos fazendo. E foi tomada a decisão de abandonar o navio, mais ou menos, para se concentrar nisso."
"Apesar da angústia, todos os quatro membros não expressaram arrependimento sobre fazer a música (a indicação para o Oscar ajuda), e eles estão ansiosos de detalhar o longo envolvimento do U2 no movimento anti-apartheid, dos anos 70 e 80, desde os primeiros dias do início da banda até a libertação de Mandela em 1990 e do surgimento de uma África do Sul livre. Juntamente com a Anistia Internacional, era o mais antigo compromisso político internacional do U2. "Este foi um projeto que você não poderia dizer não" disse Adam Clayton. "Para a nossa geração, a África do Sul foi uma ilustração real de como a música pode afetar a mudança do mundo, e foi um rito de passagem em termos de nossa consciência política."
Para criar "Ordinary Love", o U2 foi caracteristicamente obcecado, desonesto e hesitante. "Nós tínhamos três ou quatro chances para fazer certo", disse Bono. "As letras mudaram de rumo para mim depois de ler suas cartas de amor para a Winnie. Talvez a razão pela qual eles nos pediram para fazer uma espécie de momento "Pride (In the Name of Love)", mas não parecia certo. O único lugar em sua vida em que ele se sentia um perdedor, que seus inimigos haviam prevalecido, era em seu casamento. Ele simplesmente não conseguia fazer com que funcionasse, e a parte mais importante do filme é a história de amor.
Disse Weinstein: "Edge é tão duro com a música como ninguém que já tenha visto. Não tínhamos a música pronta a tempo para a seleção do Film Festival de Toronto [em setembro]. Eles vão aperfeiçoar a canção, e os prazos que se dane. E não é por que eles estão sendo difíceis sobre isso - eles apenas querem fazer as coisas direito."
A questão do quão "Ordinary Love" atrasou o próximo álbum ainda sem nome e, agora de longo atraso, não é fácil de responder do círculo interno do U2, mas as distrações foram agravadas por direitos da promoção para o filme, a pausa para lamentar a morte de Mandela e as emoções das nomeações.

Revista Visual Surf (The Unforgettable Fire) - Revista Veja (The Joshua Tree)

'Rebeldes Religiosos' - Crítica de página inteira de Tom Leão na extinta Revista Visual Surf, sobre o lançamento do disco 'The Unforgettable Fire' do U2, em 1984:


Matéria 'O Furacão Irlandês' da Revista Veja, de Abril de 1987. Lançamento do disco 'The Joshua Tree' do U2:



BÔNUS: Cebolinha queria ouvir 'As Baleias Cantantes do Oceano Pacífico', mas acaba colocando o CD do U2 e Mônica não gosta de "Discothèque":


Os scans são do blog U2 Brasil - O Fanzine, e os downloads dos mesmos podem ser feitos no www.u2brasilofanzine.blogspot.com.br

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