Uma noite, durante as gravações de 'Zooropa', Dick Evans, em visita vindo de Londres, passou no Factory para buscar o seu irmão Edge para jantar e deu de cara com Gavin e Guggi, que estavam lá com Bono. A reunião dos Virgin Prunes não evocou qualquer abraço ou aperto de mão. Olhando-os jogar conversa fora, ficava difícil imaginar que aqueles artistas cabeludos, que se apresentavam de forma tão confiante em bares, e aquele tranqüilo acadêmico, estiveram alguma vez juntos em uma banda de rock.
As reminescências que eles compartilham não são do Prunes ou dos novatos U2, mas daquela colorida figura que eles lembram que ficava perambulando na cena club de Dublin nos anos 70. Todos eles contam fascinados lendas sobre esta grande figura que iremos chamar de “F”, que tomou os garotos sob suas asas. Descrito por diferentes testemunhas como um “poeta” e um “ator”, “F” também é engrandecido nestas lendas por encerrar discussões arremessando mesas através de janelas de restaurantes. Bono e Edge dizem que a amizade deles foi conquistada nos primórdios quando uma gangue punk chamada Black Catholics, que costumava atirar garrafas no U2, tentou invadir um show do U2 no Project Arts Centre. “F” estava trabalhando na portaria, e brigou para manter os bagunceiros fora enquanto eles tentavam entrar. Finalmente, do palco, o U2 viu “F” sumir lá fora com os Black Catholics e ouviram o som de gritos e quebradeira. (Como eles ouviram os sons com os amplificadores ligados? Eu já ouvi esta história mais de uma vez e em cada uma delas os detalhes vão se tornando mais vívidos.)
Então “F” voltou feliz como um pássaro. O U2 perguntou a ele o que aconteceu e ele sacou de um facão e explicou: “Eu os apresentei à realidade da violência”.
Foi perguntado se este era o mesmo “F” com quem Bono, Edge e Gavin estudaram mímica. “Sim, foi”. Edge ri. “ ‘F’ em colants era algo a se ver”.
Do livro 'U2 At The End Of The World', de Bill Flanagan
Tradução: Forum UV Brasil
As reminescências que eles compartilham não são do Prunes ou dos novatos U2, mas daquela colorida figura que eles lembram que ficava perambulando na cena club de Dublin nos anos 70. Todos eles contam fascinados lendas sobre esta grande figura que iremos chamar de “F”, que tomou os garotos sob suas asas. Descrito por diferentes testemunhas como um “poeta” e um “ator”, “F” também é engrandecido nestas lendas por encerrar discussões arremessando mesas através de janelas de restaurantes. Bono e Edge dizem que a amizade deles foi conquistada nos primórdios quando uma gangue punk chamada Black Catholics, que costumava atirar garrafas no U2, tentou invadir um show do U2 no Project Arts Centre. “F” estava trabalhando na portaria, e brigou para manter os bagunceiros fora enquanto eles tentavam entrar. Finalmente, do palco, o U2 viu “F” sumir lá fora com os Black Catholics e ouviram o som de gritos e quebradeira. (Como eles ouviram os sons com os amplificadores ligados? Eu já ouvi esta história mais de uma vez e em cada uma delas os detalhes vão se tornando mais vívidos.)
Então “F” voltou feliz como um pássaro. O U2 perguntou a ele o que aconteceu e ele sacou de um facão e explicou: “Eu os apresentei à realidade da violência”.
Foi perguntado se este era o mesmo “F” com quem Bono, Edge e Gavin estudaram mímica. “Sim, foi”. Edge ri. “ ‘F’ em colants era algo a se ver”.
Do livro 'U2 At The End Of The World', de Bill Flanagan
Tradução: Forum UV Brasil