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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Revista Caras: Bono no carnaval de rua da Bahia - Arquivo 'Bono 50 Anos'

Caras Edição 643 - 3 Mar/2006

Se alguém falasse o nome do músico irlandês Paul David Hewson no meio da folia de Salvador provavelmente ninguém ligaria. Mas bastou se espalhar a notícia de que Bono - o nome artístico do astro pop - estava chegando à cidade para o carnaval baiano ficar ainda mais animado. "Estou muito feliz pelo Bono ter vindo conhecer nossa festa. Veio trazer além de sua música também mensagens de paz e propostas para um país politicamente correto", comentou o ministro da Cultura e compositor Gilberto Gil, anfitrião do líder da banda U2 na cidade. Bono e seus amigos desembarcaram no final da tarde com tanta energia quanto os tradicionais foliões baianos.
Depois de se instalarem em uma mansão de cinco suítes no condomínio Busca Vida, de propriedade do empresário Mario Suarez, à beira da praia de brantes, os músicos seguiram para o jantar de boasvindas organizado por Gil e sua esposa, Flora. A festa, onde Bono conheceu Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Margareth Menezes e Carlinhos Brown, entre outros artistas, além do governador da Bahia, Paulo Souto, foi realizada na casa de Gil, no bairro do Rio Vermelho, a 50 quilômetros da praia onde os músicos se hospedaram. “Mas é verdade que Gil teve tantos filhos e tantas mulheres?” quis saber o irlandês no animado papo com Flora, admirado com os oito filhos do ministro e suas três ex-mulheres. “Durante toda a noite o Bono se mostrou muito humano, interessado em assuntos familiares e não disfarçou a curiosidade por tudo o que viu e ouviu”, relatou Flora. O cardápio do jantar chamou a atenção do cantor, que aprovou e repetiu a carne- de-sol com purê de batata-doce. “A Bahia ainda tem segredos a serem descobertos”, disse ele a Gil e à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
A noite se encerrou quase às duas horas da madrugada, com troca de presentes. Bono deu aos anfitriões uma edição do livro-CD Pedro e o Lobo, de Sergei Prokofiev (1891-1953), que o próprio roqueiro ilustrou. Satisfeito, admirou a beleza da escultura em ferro do orixá Oxóssi, assinada pelo baiano Tati Moreno, que recebeu do governo baiano. Saiu de lá e na manhã de quinta não teve descanso. Enquanto os demais músicos da banda conheciam o centro histórico de Salvador, Bono curtiu a praia sem procurar despistar os fãs.
Da praia foi para a folia, graças a um esquema especial montado no circuito Barra-Ondina. Bono e os companheiros do U2 deveriam participar de uma espécie de pré-abertura do Camarote Expresso 2222, comandado por Flora Gil no Farol da Barra, mas quase desistiram no meio do caminho. É que se assustaram quando sua comitiva ficou presa no trânsito alguns quilômetros antes do camarote.
Rádios e celulares de produtores fizeram o acompanhamento, e às dez horas da noite lá estavam os irlandeses na sacada do edifício Oceania, agitando-se com a música de Ivete Sangalo e o trio elétrico do bloco Cerveja &Cia. De óculos escuros e o tradicional chapéu de cowboy, Bono cantou em português, com toda animação, o refrão da música Céu da Boca, de autoria da própria Ivete, levando o público ao delírio. Empolgada, Ivete não perdeu tempo para devolver a gentileza e, com a cópia da letra na mão, cantou um dos novos hits do U2, Vertigo. Bem que o músico prometeu, e os fãs esperaram, mas na sexta-feira nada de Bono na avenida. Ele deveria sair no trio Expresso 2222, de Gil. Mas a multidão nas ruas, calculada em 2 milhões de pessoas espalhadas pelos 37 quilômetros de folia, assustou a produção da banda, que vetou a participação.
O U2 viajou na manhã do sábado para o Chile, para mais uma etapa de sua turnê vitoriosa. E deixou a promessa de voltar à Bahia.

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