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quarta-feira, 29 de abril de 2015
Contagem regressiva para iNNOCENCE + eXPERIENCE - Parte 1
Matéria do site The New York Times, e nesta primeira parte, a preparação do U2 para a nova turnê, revelações dos integrantes sobre 'Songs Of Innocence' e a polêmica do lançamento do álbum em parceria com a Apple:
Definitivamente, é rock de arena, alto e claro, preenchendo o Pacific Coliseum com afluência de som. The Edge em um distorcido riff de guitarra usando dois acordes, bateria de Larry Mullen Jr., baixo de Adam Clayton e Bono desencadeando "woo-oohs" em falsete exultante.
O U2 tomou o Coliseum para um mês de ensaio em grande escala para montar sua turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE, que começa na Rogers Arena em 14 de maio, e a banda estava ensaiando "Elevation". O palco era uma geometria austera de lâmpadas fluorescentes; a canção foi triunfante. "Uau, já fazem quatro anos desde que tocamos isso?", Bono pergunta assim que termina o último acorde. "Nada mau!"
O U2, banda irlandesa que lançou seu primeiro álbum em 1980, está prestes a testar seu lugar no presente. Porque a Apple entregou gratuitamente milhões de cópias do álbum de 2014 da banda, 'Songs of Innocence', o U2 não tem como avaliar o impacto do álbum através de medidas convencionais de vendas.
O álbum também enfrentou uma furiosa reação on-line dos não fãs que se ressentiram ao receber o disco em suas bibliotecas de música ou iCloud como "se tivessem comprado", apesar de estarem recebendo gratuitamente o álbum.
Até que eles toquem as canções na turnê, o U2 não saberá ao certo se alguém deu atenção especial ao seu trabalho. "A idéia de que pode haver toda uma faixa de público lá fora que não sabem ainda que gostam da banda, é realmente excitante para nós", disse Bono. "Nos faz querer sair e encontrá-los se eles estiverem lá". Ele fez uma pausa. "Talvez eles possam não estar lá."
O U2 deixa a turnê em grande escala de estádios, e vai para uma escala menor, em arenas fechadas. A nova turnê usa vídeo de alta resolução e tem uma abordagem radicalmente nova para a arena do som; é tecnologicamente mais sofisticada e determinada a ser íntima.
A turnê já vendeu 98% dos ingressos, de 1,2 milhões disponibilizados para seus 68 concertos, incluindo datas esgotadas para todas as datas na Europa, e na cidade de Nova York, para os primeiros seis dos oito shows no Madison Square Garden, à partir de 18 de julho.
Mas o U2 pretende mexer mais do que com a lealdade e a ânsia por clássicos antigos.
'Songs of Innocence' tem um duplo e, por vezes, contraditório mandato. Destina-se para o impacto da massa pop com canções cheias de detalhes, e memórias locais individuais. A confiança do U2 foi abalada pela resposta à 'No Line On The Horizon' de 2009, que apesar dos números e recordes da turnê 360°, o álbum não ofereceu um único hit, coisa que o U2 sempre valoriza, com canções como “Where the Streets Have No Name” e “Pride (In the Name of Love)”, que fundem a popularidade com um sentido implícito de solidariedade idealista.
Então a banda estabeleceu disciplinas para a sua composição, construção de noções básicas de guitarra acústica, ao invés das experiências sônicas de 'No Line on the Horizon'. Eles também escolheram uma geração mais nova de produtores.
No entanto, as letras do novo álbum estão longe de ser rock simples, adolescentes, muitas vezes olhando para trás. "Nós queríamos pensar que nós poderíamos fazer músicas que eram contemporâneas para o que a rádio toca agora, mas na realidade nós viemos de um lugar diferente", disse Adam Clayton. "Temos que escrever na perspectiva daquela viagem, essa jornada de 35 anos."
A banda continua perplexa pelo que Bono agora chama de "parto difícil" de 'Songs Of Innocence'. Na época, os membros da banda dizem que parecia uma maneira de alcançar ouvintes da forma mais direta possível. The Edge disse no backstage: "Somente entrar na consciência pública neste momento é muito, muito difícil, então estávamos tentando pensar em maneiras de fazer nosso álbum chegar para as pessoas". "A perspectiva de lançá-lo e ter isso desaparecendo como um coelho em sua toca, o que parece acontecer com tantos álbuns agora — seria a destruição da nossa alma."
Um mês após o lançamento, a Apple anunciou que 26 milhões de pessoas tinham baixado o álbum inteiro. Mas o que o U2 e Apple consideraram um presente — a Apple pagou para a Universal Music para dar de presente o álbum — e a reação foi de spam, uma invasão no dispositivos pessoais e um exercício autoritário do poder por uma banda de rock presunçosa e uma empresa de tecnologia.
O U2 emitiu um pedido de desculpas em uma entrevista em vídeo no Facebook, em que Bono descreveu o lançamento do álbum como "uma gota de megalomania, um toque de generosidade, uma pitada de auto-promoção e o profundo medo que essas músicas que tínhamos dedicado nossas vidas nos últimos anos, poderiam não ser ouvidas. Há muito barulho lá fora. E acho que nós fomos um pouco barulhentos com isso."
A Apple ofereceu uma maneira de com um clique, o álbum fosse excluído.
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