Os empresários brasileiros, no ano de 1986, começaram à entrar (finalmente!) em contato com a realidade do showbiz internacional, ou seja, a produção exigida pelos grupos estrangeiros para se apresentar no Brasil. Como já era de se esperar, todos profissionalíssimos e pensando nos mínimos detalhes.
A Pinus Promoções - uma agência de eventos de São Paulo que existia naquela época, estava tentando trazer o U2 para um show em 1987 (The Joshua Tree no Brasil). Assim que os contatos foram feitos, o escritório inglês do grupo mandou um grosso bloco de exigências, dividido em nada menos que cinqüenta itens. Para se ter uma idéia, segue a relação de alimentos e bebidas que deveriam aguardar os quatro irlandeses e sua equipe nos camarins: três qualidades de sopa (não poderia ser de pacotinho), café, chá, mel, limão, cerveja Budweiser ou Heineken, vinho branco e tinto (de boa qualidade), champanhe (de boa qualidade), frutas da estação, carne assada, saladas, queijos variados, balde de gelo para as bebidas e um balde maior para que Larry Mullen pudesse refrescar as mãos após o show.
Quanto ao jantar, exigiram uma sala "limpa e confortável, com as mesas cobertas". E, depois das saladas, deveriam ser servidas carnes "cozidas de modo a não modificar seu sabor".