O U2 teve diversos empreendimentos sem sucesso nas décadas de 1980 e 1990. Um deles foi a aquisição em 1989 através da LeisureCorp do Q-Zar (Quasar), um jogo de tiro a laser.
Entenda: Paul McGuinness era o empresário do U2. Ossie Kilkenny, o contador inteligente que cuidava do dinheiro da banda.
No início dos anos 80, McGuinness convidou Kilkenny para auditar os seus interesses pessoais e do U2. Kilkenny logo se tornou mais do que um auditor e forneceu consultoria de investimento e negócios para a banda.
A empresa de McGuinness, a Principle Management (assim chamada porque McGuinness era determinado a ter mais princípios do que outros managers), era contratada pela U2 em regime de comissão. Kilkenny também auditou suas contas.
O arranjo funcionou bem até o final dos anos 80, quando um investimento dos dois na irlandesa LeisureCorp começou a dar errado de forma desastrosa. Em 1987, a LeisureCorp comprou a Black Pot, dona de fliperamas, e gastou cerca de 20 milhões de libras em vários locais privilegiados em redor de Dublin.
Foi então que a LeisureCorp comprou direitos para o Quasar, um jogo de armas a laser. O plano era construir quatro complexos de lazer - em Dundrum, Rathmines, Dun Laoghaire e Malahide Road - com boliche e o Quasar. Um investimento de 22 milhões de libras foi planejado, financiado pelos diretores e empréstimos bancários. Tudo estagnou quando o governo irlandês mudou as regras do Plano de Expansão Empresarial no início dos anos 90.
As atividades da LeisureCorp na Alemanha foram um fiasco. Foi gasto 8 milhões de libras em seis locais para centros de lazer, apenas para descobrir que jogos de guerra com réplicas de armas eram proibidos na Alemanha.
O relacionamento entre McGuinness e Ossie ficou gelado. O U2 ficou do lado de McGuinness, e muito desapontados com os investimentos de seus fundos.
Em 1993, o U2 já estava farto e desistiu. A LeisureCorp vendeu suas propriedades com uma perda líquida.
Kilkenny permaneceu como diretor não executivo da LeisureCorp, que mais tarde vendeu seus direitos do jogo Quasar para uma empresa americana, a Q-ZAR International, com sede em Dallas, Texas. Esse empreendimento também terminou de maneira infeliz. Quando a Q-Zar entrou em colapso, a LeisureCorp ficou com pelo menos US $ 1 milhão a menos. "A LeisureCorp não foi um investimento bom ou feliz", disse uma fonte próxima ao U2.
Uma fonte próxima da banda disse: "Essas exposições realmente os envergonharam".
Em setembro de 1996, McGuinness reagiu ao desconforto apresentando Trevor Bowen, um ex-sócio sênior na prática de contabilidade da KPMG, como diretor financeiro da Principle Management. Kilkenny foi substituído como auditor da empresa pela KPMG. Bowen começou a análise detalhada das finanças do U2.
O Shopping Jardim Sul em São Paulo em 1995 trouxe o Q-Zar.
No máximo 30 pessoas podiam participar do jogo. A "batalha eletrônica" tinha duração total de 20 minutos - oito de explicação e 12 de jogo.
Os participantes eram divididos em dois times. Cada participante recebia um colete e uma arma laser, que disparava raios de luz.
Cada jogador iniciava a brincadeira com quatro vidas. Quando perdiam as quatro, tinham que passar no "energizador" (máquina que "recarrega" as vidas). Cada participante podia disparar 150 tiros. Os tiros não eram recarregáveis.
Quando o jogador recebia um tiro, seu colete tremia. Os raios de luz tinham que atingir painéis fixados nas costas, barriga e na arma para que o jogador fosse "atingido".
Quando o jogador era atingido, ele perdia pontos e uma vida. O "escudo de defesa" era ativado e o jogador não podia atirar nem levar tiros durante três segundos.
Ao perder quatro vidas, uma voz no "laser" avisava que era preciso recarregar.