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sábado, 16 de março de 2019
47 anos depois, ex-soldado britânico será acusado por dois assassinatos cometidos durante o Bloody Sunday
Um ex-soldado britânico será acusado por dois assassinatos cometidos durante o Bloody Sunday (Domingo Sangrento) de 1972, quando 13 manifestantes morreram em Derry, Irlanda do Norte, anunciou a promotoria norte irlandesa.
Dezessete ex-soldados britânicos aguardavam uma decisão do serviço, que concluiu que "há provas suficientes disponíveis para acusar um antigo soldado", identificado como "soldado F", pelo assassinato de dois homens e tentativa de assassinato de outros quatro.
Em pronunciamento à imprensa, o diretor da Promotoria, Stephen Herron, explicou nesta quinta-feira que o "soldado F" será julgado pelo assassinato de James Wray e William McKinney e pela tentativa de assassinato de Joseph Friel, Michael Quinn, Joe Mahon e Patrick O'Donnell.
No que diz respeito aos 16 soldados britânicos restantes e dois supostos ex-membros do Exército Republicano Irlandês (IRA), as provas foram consideradas "insuficientes" para iniciar um processo judicial.
Em 30 de Janeiro de 1972, um grupo de soldados britânicos abriu fogo contra uma passeata pacífica no bairro majoritariamente católico de Bogside: 13 pessoas morreram e 15 ficaram feridas.
Outra vítima, a número 14, não resistiu aos ferimentos e também morreu.
O atentado, imortalizado na canção "Sunday Bloody Sunday" do U2, foi um dos mais sombrios do período conhecido como Troubles, os confrontos entre republicanos nacionalistas e unionistas que deixaram mais de 3.500 mortos em três décadas.
Antes do anúncio da justiça, parentes das vítimas organizaram um protesto em Derry, com fotos em preto e branco dos falecidos.
Em 2010 uma investigação pública revelou que as tropas britânicas atiraram primeiro e depois elaboraram um relatório manipulado dos fatos.
O então primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez um pedido público de desculpas por fatos que chamou de "injustificados e injustificáveis".
O governo britânico anunciou na quarta-feira que os ex-soldados considerados culpados de crimes durante a época poderiam ser beneficiados por uma libertação antecipada no âmbito dos acordos da Sexta-Feira Santa de 1998.
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