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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Capítulo 35: "Vamos relaxar, certo?"


Essa era a promessa que os quatro integrantes do U2 haviam feito entre si. Nada de estresse em 1994, apenas viver um pouco. Dessa forma, The Edge e Bono começaram a arrumar uma imensa propriedade que haviam comprado juntos, em 1992, no sul da França. Bono havia sugerido que todos a comprassem, mas apenas Edge topou.

O guitarrista dizia que como estava começando uma nova etapa de sua vida, após o final de seu casamento, achou uma boa idéia. A vida boa no sul da França serviu para que se aproximassem de suas famílias, cuidassem dos filhos, ficassem com os amigos, fizessem coisas normais, como ir à padaria, andar na praia, etc..
Enquanto Bono e Edge tinham vidas caseiras, Adam e Larry resolveram fugir de Dublin também. Mas em direção à Nova York, para trabalhar na primeira parceria desta dupla fora do U2: o remake do tema de Missão Impossível.
Nessa época, Bono e Edge começaram a pensar em um novo conceito para um álbum futuro, mais experimental e queriam construir um álbum inteiro de trilhas-sonoras com Brian Eno. Bono queria escrever um disco inteiro com ele, como Bowie e Talking Heads haviam feito no passado.

A idéia era boa em tese, mas não em prática. Paul McGuinness não gostava da idéia de Eno ser considerado um membro do U2, especialmente porque Eno era uma pessoa difícil. Não se pode esquecer que ele quase causou a ruptura completa dos Talking Heads, que precisaram parar por quase dois anos devido às brigas internas. E quando voltaram, em 1982, havia um rígido acordo: sem Brian Eno. Bowie também havia tido imensas rusgas com ele e os dois só voltaram a se encontrar em 1995, uma década e meia depois, no álbum Outsider.
Segundo Paul, "sempre houve um pouco de tensão entre o U2 e Brian Eno porque Brian se considera uma força criativa. Eu penso que ele acha frustrante que dentro dos parâmetros que nós estabelecemos, ele não é um compositor, ele é um dos produtores e vai para o estúdio com tudo o que ele possui, seu talento como músico, seu julgamento e sua voz. E se Brian sopra alguma coisa que termina em um álbum, então é isso que os produtores devem fazer. Para isto eles recebem honorários e uma porcentagem do lucro, eles participam do sucesso do álbum assim como o artista. A questão dos créditos e royalties das composições tem sido debatida durante anos. Nós temos um processo colaborativo na montagem das músicas, isto foi estabelecido desde o início, mas eu não poderia permitir uma situação em que Brian Eno fizesse mais do que um membro do U2. Brian é um gênio, mas a banda também é. Eu acho que é um privilégio e aprendizado trabalhar com o U2 como produtor. Era contra esse contexto que se o U2 decidisse montar um álbum em que Brian fosse um integrante completo, não seria um álbum do U2, seria um projeto a parte."

Bono e Edge discutiam o novo projeto com Brian Eno. No início, iriam fazer a trilha-sonora do filme The Pillow Book, de Peter Greenaway, mas o projeto não andou. Eno sugeriu então que fizessem música livremente para filmes imaginários, aparecendo com esboço de roteiros e nomes de filmes. O projeto, porém, era bem diferente de qualquer disco do U2 e por isso foi formado um novo grupo, Passengers.
Nesse meio-ponto, Adam e Larry haviam voltado de Nova York, em ponto de bala e excitados para colocarem em prática o que haviam aprendido.
Mas, como McGuinness temia, as gravações foram tensas. Eno se mostrou decepcionado com a falta de comprometimento dos integrantes, enquanto alguns reclamavam das idéias de Eno, especialmente Larry, que odeia o disco. Edge, por outro lado, amou o disco pelo seu caráter experimental, e na faixa "Your Blue Room", pela primeira vez se ouve a voz de Adam Clayton, embora seja apenas falando e não cantando.
Assim, foi lançado Passengers: Original Soundtracks 1, em novembro de 1995.


agradecimento: www.beatrix.pro.br/mofo
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