

Constrangimento para uma das maiores e mais tradicionais marcas do País.

Nem paredes, nem portas ficaram tão machucadas quanto a marca Pão de Açúcar. “Pegou mal para a empresa porque gera frustração no público”, disse Adriana Cury, presidente da McCann Erickson. Na realidade, o Pão de Açúcar teve apenas uma parcela da culpa. O grupo da família Diniz foi uma das patrocinadoras dos shows do U2 e emprestou suas lojas. A operação da venda de ingressos ficou sob responsabilidade dos promotores, a Planmusic e a Accioly Entretenimentos. O mico sobrou para o Pão de Açúcar por ser a marca de maior visibilidade e a única entre as três com contato direto com o consumidor final. Por isso, pergunte a qualquer um dos 100 mil fãs que penaram na fila sob um sol de 35 graus: quem foi o responsável por tal calvário? A resposta imediata: Pão de Açúcar.
Tão logo a situação tornou-se insustentável, os executivos elaboraram um plano de emergência. Gerentes e funcionários distribuíram senhas e colheram nomes e telefones dos fãs. A seguir, criaram um banco de dados com as informações. Na quarta-feira 18, atendentes do call center da companhia começaram a ligar para as pessoas interessadas e marcaram horário e local para retirada do ingresso. A companhia publicou nos jornais comunicados com informações sobre o assunto. Quem teve sorte na fila, saiu com o ingresso. Quem teve sorte de pegar ao menos uma senha depois de 14 horas na fila, conseguiu uma semana depois ter os ingressos em mãos. E o restante das pessoas? Logo depois de toda a confusão em que milhares de pessoas não conseguiram o ingresso, a produção confirmou um segundo show, para o dia 21 de fevereiro.

74 mil ingressos seriam vendidos, com cota de ingressos limitadas à quatro por pessoa e controlada pelo CPF do comprador. Em 4 ou 5 horas de venda por telefone; os sortudos que conseguiram completar a ligação esgotaram os ingressos para o segundo dia do show.
Os compradores fizeram um cadastro por telefone e receberam instruções para efetuar o pagamento, em dinheiro, em qualquer agência do banco Itaú, em todo o país, nos dias 6 e 7 de fevereiro. A retirada dos ingressos foi feita entre 13 a 21 de fevereiro (exceto dia 18), em São Paulo, no estádio do Pacaembu, inclusive no dia do show (21).
Entre 15 e 19 de fevereiro, pessoas que optarem por pegar seus ingressos no Rio de Janeiro se dirigiram ao Jockey Club Brasileiro, Hipódromo da Gávea.
Muitos fãs reclamaram da venda descentralizada dos ingressos, e dos shows sendo realizados apenas na cidade de São Paulo (ainda resquício dos problemas ocorridos com a Popmart no Rio de Janeiro).
Aproveitando tudo isso a Rede Globo à essa altura já confirmava a transmissão para todo o país, do show na primeira noite da Vertigo Tour no Brasil.
E o U2 estava chegando.................

Chamada para o show na Globo: