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sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Marianne Faithfull disse que Bono à ajudou muito


A cantora e atriz britânica Marianne Faithfull morreu aos 78 anos. 
O falecimento foi confirmado pelo porta-voz da artista. "É com profunda tristeza que anunciamos a morte da cantora, compositora e atriz Marianne Faithfull. Marianne faleceu pacificamente em Londres hoje, na companhia de sua amada família. Ela fará muita falta", disse o comunicado.
Ela foi descoberta em uma festa em Londres pelo empresário dos Rolling Stones, Andrew Loog Oldham, em 1964, e tinha apenas 16 anos quando gravou "As Tears Go By", escrita por Keith Richards.
Além de sua carreira musical, Marianne também estrelou no filme 'Garota Na Motocicleta', lançado em 1968, e em 'Hamlet', em 1969, entre outros.
No final da década de 1960, a cantora entrou em uma profunda batalha contra o vício de drogas, que duraria anos, de acordo com sua biografia, antes de embarcar em uma série de retornos criativos nas décadas seguintes.
Sofrendo os efeitos de longo prazo de uma infecção quase fatal por COVID-19, ela recebeu uma visita de Courtney Love no hospital em 2021.
"Bono ligou para Marianne no hospital via Zoom e ela literalmente se levantou", disse Courtney Love. "Ela disse: 'Vamos fazer isso por Hal'. E ela melhorou. Droga, Bono funciona".
Marianne disse que teve sorte pelos seus amigos. "E eu ainda tenho sorte. Keith Richards me ajudou muito. E Marlon, seu filho. E Bono. Eu tive muitos problemas financeiros, e eles me ajudaram muito".
Bono e The Edge escreveram "Conversation On A Barstool" especificamente para Marianne Faithfull.

U2 dá início ao FireAid com doação de US$ 1 milhão


O U2 deu início ao enorme show beneficente FireAid que está arrecadando dinheiro para ajuda no combate aos incêndios florestais na área de Los Angeles, dando a primeira grande doação da noite – US$ 1 milhão (€ 960.000).
A banda em suas redes sociais, divulgou o evento.
Embora o U2 não esteja entre os atos musicais que estão se apresentando, eles impressionaram o público com a doação.
O comediante e ator Billy Crystal, que está apresentando o evento, observou que a promessa de um milhão de dólares do U2 vale o dobro desse valor porque o proprietário do Los Angeles Clippers, Steve Ballmer, e sua esposa Connie se comprometeram a igualar todas as doações feitas durante a transmissão ao vivo.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

"Queremos vencer o negócio da música em NOSSO próprio jogo"


1980. O produtor Martin Hannett produz o primeiro single do U2 para a Inglaterra, "11 O'Clock Tick Tock", e Steve Lillywhite leva o crédito de produção pelo disco de estreia 'Boy'. 
Bono deu sua opinião. "Hannett trouxe o som de Hannett e foi uma luta para torná-lo o do U2, mas acho que conseguimos em "11 O'Clock Tick Tock". Steve Lillywhite nos trouxe o cérebro da tecnologia para obter o que queríamos do estúdio. 
Steve era uma personalidade aberta o suficiente para nos dizer como fazer o que queríamos, então 'Boy' é exatamente como queríamos. O som de Hannett teria sido um caminho fácil de seguir, mas tivemos que fazer do nosso jeito".
Então, o que o jeito deles estava tentando alcançar? "Queremos vencer o negócio da música em seu próprio jogo, sendo bem-sucedidos e importantes dentro da indústria, sem sacrificar um pingo de integridade ou nossa honestidade ao fazer do nosso jeito". 
The Edge colocou de forma mais sucinta: "Você poderia dizer que queremos vencer o negócio da música em NOSSO próprio jogo".

U2 divulga FireAid, mas não se apresentará


O U2 escreve em suas redes sociais: "A partir das 18:00 na quinta-feira, 30 de janeiro, visite https://fireaidla.org para mais informações sobre a transmissão do show ao vivo e doar para apoiar comunidades impactadas por incêndios florestais. #FireAidLA - @FireAidLA".
Havia rumores que o U2 estava em negociação para se apresentar no FireAid, mas não aconteceu. 
O show beneficente realizado pela Live Nation tem como objetivo arrecadar recursos para ajudar Los Angeles. A cidade americana sofre desde o início do ano com focos de incêndio, deixando milhares de famílias desalojadas.
O evento contará com a presença de grandes nomes da indústria musical, que tocarão em duas arenas da Califórnia. Até agora, já arrecadaram US$ 60 milhões com a venda de ingressos.
Segundo Irving Azoff, responsável por organizar o show beneficente, as atrações do FireAid tocarão um repertório curto de canções. "A maioria das pessoas está fazendo de duas a três músicas. Alguns estão fazendo quatro", declarou à Billboard. A expectativa é de que dure cinco horas.
O festival também contará com transmissão ao vivo por diversos canais e serviços de streaming. Entre as opções, estão: Apple Music, Apple TV, Max, iHeartRadio, KTLA+, Netflix, Paramount+, Prime Video, Amazon Music na Twitch, SiriusXM, Spotify, SoundCloud, Veeps e YouTube.
Irving Azoff empresaria o U2 com seu filho Jeffrey Azoff. A dupla é responsável pela Full Stop Management, empresa de gestão musical.
A Live Nation administra as turnês do U2 há mais de 20 anos.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

"Um dia seremos músicos como o Duran Duran!"



Birmingham Odeon - 4 de Dezembro de 1982.
Cinco da tarde e as duas primeiras filas estavam cheias daqueles que tinham entrado para a passagem de som do U2. Foi então que Bono brincou. "Um dia seremos músicos como o Duran Duran!" Por uma hora as duas fileiras assistiram à passagem de som, presenciando quando Bono começou a cuspir no efeito da fumaça. "Acordei com uma tosse de fumante esta manhã!".
Ainda assim, eles continuaram, até tocando "Tomorrow". Foi um pouco difícil, no entanto, com Bono parando algumas vezes e chamando 'Laurence', lançando olhares acusadores para o baterista. 
Embora o show tenha esgotado os ingressos, o público parecia morno. Eles logo perderam a frieza, no entanto, depois que o U2 tocou algumas músicas - embora Bono definitivamente estivesse tendo problemas com sua voz. 
Aplausos e gritos aumentaram quando ele cantou "I can't help myself tonight" em "Into The Heart". Por todo o local havia um sentimento de amor por Bono - o cara que estava fazendo o seu melhor pelo público.

U2 na lista 'As 100 Melhores Canções De Protesto De Todos Os Tempos' da Rolling Stone


A Luta Continua

As 100 Melhores Canções De Protesto De Todos Os Tempos

Quando Chuck D do Public Enemy chamou o hip-hop de "CNN Negra", ele estava tocando em uma verdade universal que vai além do gênero: música e protesto sempre foram ligados. Para alguns grupos marginalizados, o simples ato de criar música pode ser uma forma de se manifestar contra um mundo injusto. 
A lista das 100 Melhores Músicas De Protesto da Rolling Stone abrange quase um século e inclui tudo, desde jazz pré-Segunda Guerra Mundial e folk dos anos 60 até house music dos anos 80, R&B dos anos 2000 e hip-hop cubano dos anos 2020.
Algumas dessas músicas condenam a opressão e exigem justiça, outras são orações por mudanças positivas; algumas agarram você pelos ombros e gritam na sua cara, outras são tentativas pessoais e privadas de sutilmente incorporar a natureza contraditória da luta política e da mudança de dentro. 
Muitas das seleções da Rolling Stone são produtos específicos de tradições políticas de esquerda (como a versão de Pete Seeger de "We Shall Overcome"), mas muitas são sucessos que introduziram mensagens urgentes no mercado pop (como o bop New Wave anti-guerra nuclear de Nena "99 Luftballons").
Esta é provavelmente a única lista da Rolling Stone a apresentar Phil Ochs, Dead Kennedys e Beyoncé lado a lado, mas cada um desses artistas é um participante vital na longa história de músicos que usam suas vozes para exigir um mundo melhor.

U2 - "Sunday Bloody Sunday" - Posição 30

Embora esse hino marcante tenha sido nomeado em homenagem ao ponto de virada mortal de 1972 no conflito da Irlanda do Norte, o U2 evitou falar sobre eventos específicos, até mesmo destruindo um rascunho inicial que aludiu muito de perto às principais figuras da luta. Em vez disso, a banda optou por uma música universal e não sectária sobre como o espectro da guerra assombrava, e continuava a assombrar, todos nós. Um apelo apartidário pela paz ("Por quanto tempo devemos cantar essa música?"), "Sunday Bloody Sunday" se tornou um dos mais icônicos pushbacks da era do videoclipe. A banda se tornou a herdeira do mundo pop do Clash quando a MTV deu grande atenção à cadência militar da batida de Larry Mullen Jr., à marcha de Bono agitando a bandeira branca e a uma multidão encharcada em Denver gritando de volta: "Chega!"

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

"Às vezes eu me pergunto como será o futuro dele - e eu me pergunto sobre o nosso"


1981. Marquee Club de Londres.
Após um set empolgante de quarenta e cinco minutos, o U2 retorna ao palco para um bis. Mas antes de começar outra música, Bono faz um breve discurso sobre o garotinho retratado na versão britânica do LP de estreia da banda, 'Boy'. 
"Algumas pessoas têm perguntado sobre o garoto na capa do álbum", ele diz. "Bem, ele é um garoto que mora do outro lado da rua da minha casa. Nós o colocamos na capa porque ele é um garoto muito inteligente. E às vezes eu me pergunto como será o futuro dele - e eu me pergunto sobre o nosso".
Neste ponto, o futuro do U2 parece brilhante. A banda conseguiu lidar com sua popularidade repentina no Reino Unido. Além disso, eles evitaram armadilhas tradicionais do rock and roll, como bebida e drogas. 
Finalmente, a banda está disposta a trabalhar. Uma viagem de três meses pelos EUA começará, e Bono está, como sempre, confiante sobre as chances da banda nos Estados Unidos. "Agora, a palavra para o U2 é 'vamos!'", ele diz. "É minha ambição viajar para a América e dar a ela o que eu considero que ela quer e precisa".

Sete décadas de capas de LP na Irlanda: U2 'Boy'


Sete décadas de capas de LP na Irlanda

Hugo McGuinness, o fotógrafo da capa de 'Boy' do U2:

"O punk trouxe uma mudança real. A atitude era que esse poderia ser o único disco que você lançaria, então isso deixou as pessoas menos inclinadas a colocar fotos na capa – elas estavam ansiosas para tentar colocar as melhores e mais marcantes imagens impressas nos discos. 
Houve uma fusão de ideias entre músicos, printers e designers/artistas/ilustradores que passaram por faculdades de arte. De repente, era possível fazer 200 singles e fazer funcionar. Podia vender, ser tocado nas rádios, fazer shows bem frequentados, vender camisetas. Mas não havia um grande plano – coisas aconteciam. 
O punk tinha que ter uma capa impressa, tinha que ter uma boa imagem".

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Uma relíquia da história do rock, o baixo que J.J. Burnel usou para gravar o clássico "Peaches" do The Stranglers agora é propriedade de Adam Clayton


J.J. Burnel disse ao Noise11.com: "O baixo original com o qual gravei "Peaches" foi comprado por Adam Clayton do U2. Ele fez uma oferta porque acho que o U2 está abrindo uma espécie de museu em Dublin. Ele fez uma oferta e eu disse sim. Ele é intocável. Eu o quebrei em dois. Ele está colado. Ele vai aparecer em Dublin um dia".
J.J. admite que o baixo já foi manchado de sangue. Ele diz: "Com todos os seus danos e sangue. Eu quase demiti um novo membro da equipe anos atrás porque ele limpou todo o sangue do baixo. Houve muita briga nos primeiros dias. Havia quase uma briga toda noite".
O clássico do punk rock "Peaches" era quase um reggae. J.J. diz: "Eu pensei que estava apenas copiando o que eu tinha ouvido recentemente na época. Fomos contratados para testar um sistema de som jamaicano porque nossa primeira gravadora foi uma gravadora de reggae, a Safari Records. Eles não nos deram nenhum show ou mesmo pagaram por nenhuma gravação, mas fomos contratados por eles. Nós aparecemos com nosso pequeno PA para adicioná-lo a um sistema de som jamaicano. Eu nunca tinha ouvido nada parecido. Era baixo, bateria e muito espaço. No dia seguinte, tentei copiá-lo e saiu como "Peaches". Quando tentamos copiar as coisas, nunca tivemos sucesso."

U2 na primeira edição do Rock In Rio em 1985?


A organização da primeira edição do Rock In Rio, em 1985, foi uma grande aventura. O pioneirismo de Roberto Medina teve que lidar com algumas adversidades, incluindo cancelamentos e substituições de última hora no line-up do festival, hoje considerado clássico.

Pretenders — substituído pelo The B-52's
Men At Work — substituído por Rod Stewart (intenção de trazer o U2)
Def Leppard — substituído pelo Whitesnake

A edição 174 da revista Showbizz tratou de alguns desses problemas enfrentados pela produção referentes a ausências e trocas. Uma delas foi o Pretenders, atração confirmada até poucos meses antes, mas que foi obrigada a desistir quando a líder Chrissie Hynde descobriu que estava grávida de Yasmin, sua segunda filha e primeira com Jim Kerr, vocalista do Simple Minds. Para substituir o grupo, entrou o The B-52's.
Situação parecida aconteceu com os australianos do Men At Work: pouco antes de assinar o contrato com o festival, a banda sofreu um "racha". Sobraram apenas o frontman Colin Hay, o guitarrista Ron Strykert e o tecladista Greg Ham, que cancelaram compromissos e se juntaram a músicos contratados para gravar o disco 'Two Hearts' (1985).
Para o lugar do grupo, o U2, que estava em alta na época, foi cogitado. No entanto, a presença da banda irlandesa não passou dos rumores. A solução foi investir em mais um nome considerado um "dinossauro" já naquela época: Rod Stewart.
O cancelamento mais famoso da primeira edição do Rock In Rio é o do Def Leppard, devido a uma coincidência de datas que leva a uma curiosa notícia falsa. O festival aconteceu entre os dias 11 e 20 de janeiro de 1985. Poucos dias antes, em 31 de dezembro de 1984, o baterista do grupo britânico, Rick Allen, sofreu um acidente de carro que lhe custou a amputação de um braço.
Por conta disso, nasceu a lenda de que o cancelamento do Def Leppard aconteceu pelo problema com Allen, mas não é verdade. Até porque, seria impossível contratar e resolver toda a burocracia referente ao artista substituto, o Whitesnake, em cerca de apenas 10 dias até o início do evento.
Em fevereiro de 1984, o Def Leppard encerrou a turnê do álbum 'Pyromania' (1983) e começou a trabalhar no sucessor, que viria a ser 'Hysteria' (1987). Porém, durante todo o ano a banda sofreu com trocas de produtores e dificuldades para compor as músicas, que deveriam seguir a pegada mais comercial do antecessor. Ao final de 1984, o grupo recebeu um ultimato da gravadora: o novo disco deveria ser lançado obrigatoriamente em 1985, de preferência no primeiro semestre.
Dessa forma, os britânicos resolveram focar na produção do álbum – que tinha o título provisório de 'Animal Instinct' – e cancelaram a participação no Rock in Rio.
"O conjunto norte-americano Def Leppard, que estava programado para se apresentar no festival Rock In Rio, em janeiro, cancelou sua vinda. Em seu lugar, será apresentado o grupo Whitesnake, também americano”, diz a nota, publicada na coluna Estilo e Prazer, presente no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo, em 18 de novembro de 1984 – mais de 40 dias antes do acidente de Rick Allen.

Do site Igor Miranda - Música e Jornalismo

sábado, 25 de janeiro de 2025

Larry Mullen: "Passei toda a minha carreira evitando falar sobre minha família"


Larry Mullen se abriu sobre ser pai de uma criança com dislexia, dizendo que "era difícil em casa".
Aparecendo no The Kelly Clarkson Show na quarta-feira nos EUA, Larry falou sobre sua experiência compartilhada de criar uma criança com dislexia.
Larry lembrou: "Meu filho tem 29 anos, passou por um momento muito difícil na escola e foi diagnosticado tarde, e eles não tinham um sistema no qual ele pudesse se encaixar". Larry disse que crianças disléxicas que não recebem a devida atenção têm mais probabilidade de se meter em problemas.
"Você vê as estatísticas para as prisões - é onde as crianças acabam. Se você não lidar com isso, o resultado é ruim".
"Meu filho, eu acho, teria acabado na cadeia", ele disse. "Eu acho isso assustador".
"Eu sabia que meu filho era disléxico, mas eu realmente não o entendia", disse Larry sobre seu filho mais velho, Aaron. "Era difícil em casa... Eu estava fora, voltava para casa. Ele estava agindo mal, eles tinham a polícia em casa".
Kelly Clarkson, cuja filha River também tem dislexia, concordou: "É uma coisa muito difícil ser pai, especialmente um pai que não tem dislexia".
"Sinto que estou falhando", disse a cantora. "Você só tenta falar com eles ou ajudá-los com a lição de casa ou o que quer que seja, e você realmente não sabe o que está acontecendo".
Larry Mullen produziu e escreveu música para 'Left Behind', um novo documentário sobre dislexia e o sistema escolar de Nova York. A dupla discutiu o impacto que o filme teve em Larry, que disse que "o atingiu em cheio" quando o assistiu pela primeira vez, e que isso o colocou em movimento para "perceber e reconhecer o que eu não fiz e o que eu poderia ter feito".
"Passei toda a minha carreira evitando falar sobre minha família. Eu simplesmente não quero envolvê-los", disse Larry Mullen. "E agora, aqui estou eu no seu programa. Eu estou pensando, 'Então o que aconteceu?' E o que aconteceu foi que eu vi esse documentário e ele me atingiu. E eu meio que senti: 'Ok, eu preciso lidar com isso'. Perceber e reconhecer o que eu não fiz, e o que eu poderia ter feito... então o que eu posso fazer agora? E como podemos entender melhor nossos filhos que estão passando por essas coisas?"
Larry disse que o filme lhe deu "uma esperança incrível".
"O que significa dislexia se você vem da Irlanda? Bem, é diferente de se você vem dos Estados Unidos", Larry explicou ao público.
"Acho que o que o filme tenta fazer é levar os pais e as crianças que estão assistindo a essa jornada de como é e quão difícil é. E quão estressante é".
"Quando eu vi esse documentário, me deu uma esperança incrível de que: 'Oh, as pessoas podem fazer isso'. E não apenas as pessoas, como, essas mulheres fazendo isso. E elas estão fazendo isso de uma forma que ninguém mais consegue".

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

'Rattle And Hum', o maior teste do U2 nos anos 80 - Parte II


O U2 demonstrou uma tendência a ouvir críticas. Por exemplo, houve reclamações ocasionais — até mesmo de críticos e fãs que admiram muito o trabalho do U2 — de que os contos de consciência social e responsabilidade da banda às vezes davam a impressão de uma atitude de superioridade moral. Bono, que escreve as letras da banda, enfatizou repetidamente em entrevistas nos últimos anos que ele não era o homem de virtude e honra descrito em músicas como "Pride (In The Name Of Love)".
Mas um compositor deve se posicionar em sua música, não em suas entrevistas — e parte do avanço de 'Rattle And Hum' é a disposição de Bono em músicas como "Desire" e "Hawkmoon 269" de finalmente começar a abordar suas próprias inseguranças e deficiências.
No entanto, com o lançamento de 'Rattle And Hum', o debate mudou da questão das letras de Bono para a questão da integridade e ambição da banda.
É como se alguns observadores não pudessem imaginar, em uma época em que as bandas mais promissoras raramente atraem mais do que um culto de seguidores, que uma banda de rock poderia seriamente alcançar a liderança e o impacto das lendárias bandas dos anos 60 sem ser terrivelmente pretensiosa ou enganosa.
Dave Marsh argumenta que a maior dificuldade para alguns detratores do álbum é, de fato, seu escopo e ambição.
"É como se, vivendo em um período medíocre, as pessoas acreditassem que é obrigação de uma banda jovem viver de acordo com esses padrões", ele escreve.
Em vez de ver a exploração do U2 da glória passada do rock como uma manobra de marketing insidiosa, Marsh elogia o grupo por focar a atenção em alguns dos estilos mais ricos da música.
"Eles podem... realizar a façanha de colocar B.B. de volta ao Top 40 pela primeira vez em algumas décadas e certamente restabeleceram o blues como o centro musical do rock moderno, o que é um pré-requisito para restaurar um senso de centro para a música pop e seus derivados".
Há arrogância na frase "Estamos roubando de volta", mas não é a arrogância da autocongratulação. Em vez disso, é a arrogância de um músico que acredita que a música pode inspirar e curar novamente da maneira como fez nos anos 60.
Onde "Helter Skelter" foi transformada em uma novidade macabra por sua associação com os horrores de Manson, milhares de outras músicas foram neutralizadas de várias maneiras — do uso em jingles comerciais à reciclagem infinita em formatos de rádio de "rock clássico".
Acima de tudo, no entanto, tem havido uma erosão constante nas últimas duas décadas da fé na música rock mainstream como algo mais do que entretenimento passageiro. Ninguém — além de Springsteen — alcançou um público de massa com a qualidade e o impacto do U2.
Quando Bono diz: "Estamos roubando de volta", ele não está alegando ser um Beatle. Ele está tentando resgatar o espírito original da música — e está usando "nós" no sentido coletivo da comunidade do rock.
Ao mesmo tempo em que anseia por uma renovação do poder do rock, ele reconhece que os músicos podem ser apenas o catalisador da mudança. O poder supremo está com o público.
O New York Times, ao analisar 'Rattle And Hum', repreende Bono por adicionar o que chama de "linha messiânica" a "All Along The Watchtower" de Bob Dylan:
Ele cita o verso: Tudo o que tenho é uma guitarra vermelha/três acordes/e a verdade.
Mas o review não menciona o verso de Bono que se segue: O resto depende de você.
Isso muda a nova letra de uma celebração do poder do U2 para um desafio ao público.
Em "God Part II", Bono expressa a frustração que sente como músico em uma época em que as pessoas romantizam a energia e o ativismo social dos anos 60, mas não fazem nada para ajudar a restaurá-los.

Eu não acredito nos anos 60, na era de ouro do pop

Você glorifica o passado enquanto o futuro seca

A ironia, claro, é que 'Rattle And Hum' é um álbum tão triunfante e radical quanto qualquer coisa na "era de ouro do pop" — um disco que, de fato, celebra o passado do rock, mas também — cautelosamente, mas inegavelmente — brinda seu futuro.

'Rattle And Hum', o maior teste do U2 nos anos 80 - Parte I


Novembro de 1988 - Los Angeles Times

"Esta música Charles Manson roubou dos Beatles", diz Bono no início do novo álbum 'Rattle And Hum' do U2. "Estamos roubando de volta".
Bono deve ter percebido que as palavras — uma introdução à versão de show do U2 de "Helter Skelter" dos Beatles — seriam um sinal de alerta para aqueles que já haviam reclamado sobre a banda de rock irlandesa se levar muito a sério. A crítica óbvia: "Meu Deus, agora esses caras acham que são os Beatles".
É de se duvidar, no entanto, que Bono tenha previsto a selvageria das críticas que seriam feitas contra essas palavras de abertura, que se tornaram um símbolo do que alguns veem como a tentativa da banda de se igualar aos maiores heróis do rock.
O U2 provavelmente recebeu mais apoio da crítica do que qualquer entrada do rock mainstream desde Bruce Springsteen, mas houve uma corrente oculta de descontentamento no ano passado — uma possível reação à "consagração" do U2. Os críticos chamavam o quarteto de "a maior banda de rock do mundo", e 'The Joshua Tree' do grupo — que chegou ao primeiro lugar em quase todos os principais mercados de discos do mundo — recebeu um Grammy como melhor álbum do ano.
Com o lançamento de 'Rattle And Hum', a corrente se transformou em uma onda de abuso.
Alguns críticos veem a ênfase do álbum nos estilos e na paixão do rock dos anos 50 e 60 como tentativas grosseiras do U2 de mostrar que é o herdeiro natural do legado mais valioso do rock. Entre as outras bandeiras vermelhas no álbum: um remake de uma música de Bob Dylan, uma colaboração com o guitarrista de blues B.B. King e a gravação de algumas músicas no estúdio de Memphis, onde Elvis Presley começou.
"Quando a auto-importância interfere na música", rosnou a manchete da análise de Jon Pareles do álbum no New York Times. Ele acusou o álbum de ser "atormentado pela tentativa do U2 de agarrar todos os mantos do Hall da Fama do Rock and Roll".
Pareles acusou Bono de esquecer — ao fazer o comentário "estamos roubando de volta" — que ele está no U2, não nos Beatles.
O Village Voice chamou o álbum de "um disco horrível... um constrangimento" — denunciando-o como outro passo em falso de uma banda "já convencida demais de sua importância na história do rock".
Na Inglaterra, a Melody Maker — uma revista pop semanal importante — começou sua análise com uma manchete que ecoava o que o crítico sentiu ser um tom hipócrita em muitas das músicas com sotaque espiritual do U2. A manchete: "A Oração do Senhor".
A questão é qual efeito esse fogo cruzado de reações terá em uma banda jovem (o membro mais velho tem 28 anos) que até recentemente teve amplo apoio dos críticos.
O U2 fez um trabalho notável em não deixar o sucesso comercial levar ao comprometimento artístico, mas a banda pode estar enfrentando seu maior teste agora. Será tentado pelas críticas a moderar sua visão?
Se o U2 tem um calcanhar de Aquiles artístico, pode ser sua ânsia de viver de acordo com o que vê como o idealismo e a integridade dos melhores momentos do rock. O perigo é que a banda pode olhar para os críticos como o árbitro da honra do rock 'n' roll e começar a se questionar em vista da forte discordância crítica sobre o último passo da banda; em vez de perseguir seus próprios impulsos artísticos, pode acabar enfraquecendo sua visão na esperança de buscar algum tipo de aprovação consensual.
As reações a 'Rattle And Hum' estavam longe de ser todas ruins. De fato, a revista Time o chama de o melhor álbum de rock ao vivo já feito — um trabalho no qual o U2 celebra seu fascínio recém-descoberto pelas raízes do rock e explora seu próprio papel como uma força poderosa e inspiradora do rock.
Dave Marsh, um crítico que se orgulha de detectar falsidade e corrupção em artistas, elogia o disco. Escrevendo em seu boletim informativo Rock & Roll Confidential, Marsh declara: "Define uma marca não apenas para o resto da carreira do U2, mas para todos os outros que pegarem uma guitarra nos próximos anos".
A principal garantia do U2, no entanto, deve vir do álbum em si.
'Rattle And Hum' é um dos álbuns de rock mais auto-reveladores e/ou desprotegidos já tentados — uma coleção notavelmente ousada que examina o poder e as limitações da música rock em vários níveis.
Em vez de ser um documento de uma banda que está usando a história do blues e do rock para promover sua carreira, 'Rattle And Hum' é um exemplo extraordinário de uma banda que se recusa a jogar com segurança. Após 'The Joshua Tree', que vendeu mais de 5 milhões de cópias somente nos EUA, 95 de 100 bandas no lugar do U2 teriam simplesmente tentado duplicar os temas e sons daquele álbum.
Em vez disso, o U2 — cujo som foi baseado quase exclusivamente em tensões de rock pós-anos 60 — explora em 'Rattle And Hum' as pessoas e os estilos que deram origem e paixão ao rock 'n' roll. No processo, os membros da banda examinam seu papel como artistas de rock 'n' roll.
No momento mais nu do álbum, Bono canta sobre a luta dos músicos (ou de todos os artistas) que precisam continuar buscando cada vez mais fundo dentro de si mesmos em busca de verdades. "Love Rescue Me", co-escrita por Bob Dylan, inclui os versos:

Muitos estranhos eu conheci

Na estrada para o meu arrependimento

Muitos perdidos que buscam se encontrar em mim

Eles me pedem para revelar

Os próprios pensamentos que eles esconderiam... Esses não são os pensamentos de um homem presunçoso ou hipócrita, mas de alguém lutando com seus ideais. Em uma época em que a maioria das bandas populares nem sequer considera tais questões, o U2 está apostando sua carreira nelas.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

'V-U2: An Immersive Concert Film At Sphere Las Vegas | A Commemorative Photography Book' esgotado no mesmo dia que foi colocado à venda


O U2.COM convidou os assinantes para uma janela exclusiva de 24 horas para encomendarem 'V-U2: An Immersive Concert Film At Sphere Las Vegas | A Commemorative Photography Book'.
Esta edição limitada, de 156 páginas, um livro comemorativo, capa dura colorida, apresenta fotos raras e inéditas da série de shows da banda no Sphere, Las Vegas.
Cada cópia numerada à mão apresenta um prefácio de The Edge, quase 140 fotos do fotógrafo oficial da turnê Ross Stewart e um ensaio de 3.700 palavras do jornalista de artes freelance e apresentador Pat Carty.
Havia um limite de duas cópias por assinante, e não havia informação de quantas cópias estariam disponíveis quando ele fosse colocado à venda ao público.
Acredita-se que apenas 3000 cópias foram disponibilizadas e se esgotaram na janela exclusiva, e não houve venda para o público em geral.
Uma cópia custou US$ 75, e no mesmo dia já aparecia como Sold Out no U2 Shop.

U2 doou US$ 300.000 para a Faculdade de Belas Artes da UNLV


O U2 doou US$ 300.000 para a Faculdade de Belas Artes da UNLV.
A doação apareceu no boletim informativo da UNLV. O anúncio está em uma linha de destaques da faculdade postados pela reitora, Nancy Uscher, em suas notas para assinantes do boletim informativo da CFA.
Como Uscher especificou, a Bolsa de Estudos e Fundo Experimental U2: UV Music é uma doação única, projetada para "fornecer suporte para acesso a uma educação musical estelar, bem como oportunidades de aprendizado experimental e performance para alunos de música da Escola de Música. Essas oportunidades incluirão viagens estudantis e suporte para atividades criativas e performances em vários eventos musicais internacionais".
Uscher disse que a doação foi o resultado de um processo de muitos meses de um doador misterioso. Este foi um esforço de uma empresa desconhecida que havia contatado a universidade após pesquisar a Faculdade de Belas Artes.
Quanto mais perguntas eram feitas, mais intrigados ficavam os representantes da escola.
"Tivemos esse diálogo maravilhoso com as pessoas que os representavam e, em algum momento, eles estavam bem certos de que nossos objetivos estavam alinhados com o tipo de trabalho que eles gostam de fazer no apoio à educação", disse Uscher. "Então nos disseram quem eles eram e ficamos emocionados. Sinto que eles se importam com Las Vegas há muito tempo".
Uscher disse que a maior parte do dinheiro será dedicada a bolsas de estudo do CFA. Alguns fundos serão gastos em experiências para os alunos se apresentarem internacionalmente, como ajudar os alunos a participar do Edinburgh Festival Fringe. O dinheiro também apoiará os alunos da UNLV Wind Orchestra, que foi convidada para o French Festival des Anches D’Azur de 29 de junho, na cidade de La Croix Valmer, no sul da França.
O impacto e a influência da Faculdade de Belas Artes da UNLV são sentidos em Las Vegas. Os músicos que frequentaram a universidade ou ensinaram música se apresentaram para superestrelas como Adele, Lady Gaga, Celine Dion, Michael Buble e David Foster, entre muitos outros.
As bandas do UNLV Jazz Ensemble do chefe do departamento de Estudos de Jazz da UNLV, Dave Loeb, ganharam mais de 50 prêmios da Downbeat Magazine e estão entre os mais respeitados músicos universitários do mundo.
Uscher disse que está convencida de que a equipe do U2 soube da reputação da escola em sua extensa pesquisa sobre a universidade. Ela enviou uma nota de agradecimento escrita à mão aos membros da banda Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr., todos os quais assinaram a doação.
"Foi tão tocante, realmente, o quanto eles se importam com nossos alunos", disse Uscher. "Eles deixaram bem claro para nós que estão muito ansiosos para que o foco esteja nos alunos".

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Biógrafos, radialistas e amigos falam sobre o U2 e Bono


"Ele tem um amor tremendo pelo mundo", diz Bill Flanagan, biógrafo do U2 e amigo de Bono. "Ele sempre quer passar por mais uma porta, virar mais uma esquina".
"Ele é alguém que está sempre liderando a expedição das 4 da manhã para encontrar o último pub aberto. Ele é a vida de qualquer festa".
"A banda quase se separou após seu segundo álbum porque eles tiveram uma crise sobre se estar em uma banda de rock é uma maneira válida de passar a vida".
"Bono tem uma consciência genuína e está lidando com questões, como se você só tivesse uma vida para viver, você pode passar essa vida no show business?".
"Ele sente uma responsabilidade moral de fazer o que pode para ajudar as pessoas, seja usando seu dinheiro ou sua plataforma pública ou simplesmente seu acesso às pessoas".
"Acho que eles sempre quiseram ser famosos e populares porque achavam que eram personalidades muito interessantes", diz o amigo de longa data e biógrafo da banda B.P. Fallon, que conheceu os membros em Dublin no final dos anos 1970.
Fallon, que não ficou impressionado com suas primeiras fitas demo, diz que foi o vigor da banda que o atraiu.
"Eu ouvi a fita por causa da atitude de Adam. Ele queria tanto fazer sucesso".
Steve Stockman, um biógrafo do U2 e morador de Dublin, diz que a banda cresceu em um "país católico arcaico que era muito protegido do mundo exterior" na década de 1970. Por essa razão, "seus dois primeiros álbuns eram sobre eles mesmos e Deus".
"Os primeiros álbuns eram uma celebração — uma celebração ingênua, provavelmente. Depois do terceiro álbum, 'War', eles começaram a viajar pelo mundo, vendo a bagunça que era, e começaram a fazer perguntas".
Bono anunciou no show final da turnê Lovetown de 1989: "Temos que ir embora e sonhar tudo de novo".
"Eles podem ter protegido suas próprias personalidades, que estavam se tornando caricaturas", diz Stockman.
"A banda realmente se tornou uma imagem, enquanto antes eles eram 'a coisa real'", diz Carter Alan, um DJ de rádio de Boston e biógrafo do U2, referindo-se à música do U2 de 1991 "Even Better Than The Real Thing". "Eles estavam tirando sarro do próprio sucesso".
"O U2 sentiu que a maneira como as pessoas estavam vivenciando a realidade e a ficção estava se tornando tão interligada que eles pensaram que seria algo interessante de explorar", diz Flanagan. "Se você for às músicas, então essas são músicas muito pessoais, sobre casamento, intimidade e tentação. Bono queria saber se toda essa sobrecarga sensorial que vivenciamos no mundo lhe dá permissão para viver para seu próprio prazer".
De acordo com Alan, o guitarrista The Edge diz que "cada álbum é uma reação ao anterior". 
"Bono está lidando com o conflito entre querer ter um lar estável e o desejo conflitante de sair pelo mundo e ter uma aventura e nunca mais voltar. Até certo ponto, é sobre isso que ele tem escrito desde "I Will Follow", o primeiro single de sucesso da banda, lançado em 1980, diz Flanagan.

A declaração emitida pelo U2 no dia do Live Aid


Bono desenvolveu um interesse crescente em ativismo político em 1985, quando se apresentou no famoso show Live Aid, que arrecadou cerca de US$ 200 milhões. A maratona musical de 16 horas, realizada simultaneamente no Estádio de Wembley em Londres e no Estádio JFK na Filadélfia, foi transmitida para mais de 60 países e contou com muitos dos principais músicos da época, com apresentações de Bob Dylan, Duran Duran, Phil Collins e reuniões do The Who e Led Zeppelin.
Apesar do poder das estrelas do show, a apresentação apaixonada do U2 no Estádio de Wembley foi geralmente aceita pela imprensa e pelo público como o destaque do show. Bono conseguiu superar o tamanho assustador do local para criar um verdadeiro relacionamento com o público, até mesmo pulando por dois fossos de fotografia para ficar no meio da multidão. Alguns críticos acreditam que foi essa apresentação que realmente fez do U2 um fenômeno mundial.
A banda emitiu uma declaração no dia do show dizendo: "O U2 está envolvido no Live Aid porque é mais do que dinheiro, é música... mas também é uma demonstração aos políticos e formuladores de políticas de que homens, mulheres e crianças não passarão por outros homens, mulheres e crianças enquanto eles estão deitados, barrigas inchadas, morrendo de fome por uma xícara de grãos e um pouco de água".
Sua devoção ao serviço público só aumentou ao longo dos anos. Bono trabalhou no Jubilee 2000 e sua Campanha de Alívio da Dívida, com o objetivo de convencer as oito nações mais ricas do mundo a cancelar a dívida dos países mais pobres da África.
Jamie Drummond, um organizador do Jubilee 2000, diz que Bono assinou o projeto depois de saber que os US$ 200 milhões que o Live Aid havia arrecadado era a quantia de dinheiro que os países da África pagavam em dívida a cada cinco dias.

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

U2.COM anuncia 'V-U2: An Immersive Concert Film At Sphere Las Vegas | A Commemorative Photography Book'


O U2.COM convida os assinantes para uma janela exclusiva de 24 horas para encomendarem 'V-U2: An Immersive Concert Film At Sphere Las Vegas | A Commemorative Photography Book'.
Esta edição limitada, de 156 páginas, capa dura colorida, apresenta fotografias raras e inéditas da série de shows da banda no Sphere, Las Vegas.
Cada cópia numerada à mão apresenta um prefácio de The Edge, quase 140 fotos do fotógrafo oficial da turnê Ross Stewart e um ensaio do escritor e apresentador Pat Carty.
Há um limite de duas cópias por assinante. Não está claro quantas cópias estarão disponíveis quando ele for colocado à venda ao público.
Uma cópia custará US$ 75. A listagem oficial no site diz que a entrega está prevista para o "início de fevereiro".

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Se Ian Curtis não tivesse morrido, o Joy Division teria se tornado do tamanho do U2?


Stephen Morris é um músico e produtor inglês. Ele é mais conhecido pela sua passagem como baterista do Joy Division e posteriormente, tecladista e programador do New Order. 
Foi perguntado para ele: "Se Ian Curtis não tivesse morrido, quão grande você acha que o Joy Division teria se tornado – do tamanho do U2?"
Stephen Morris respondeu: "Nós não teríamos sido um U2. Eu acho que o U2 encontrou uma lacuna no mercado. É inútil especular. Se eu for honesto, eu não acho que teríamos continuado de qualquer maneira por causa da doença de Ian [epilepsia, depressão, comprimidos errados para tratar depressão]. Eu acho que teríamos jogado tudo pra cima".

Por quatro décadas, Bono teve que responder a cristãos que não tinham muita certeza do que fazer com ele ou com o U2


"Recebemos esse convite uma vez", Bono conta. "O reverendo Billy Graham adoraria conhecer a banda e oferecer uma bênção. Ele é o fundador da Christianity Today. Eu não sabia disso na época, mas ainda queria a bênção. E eu estava tentando convencer a banda a vir comigo, mas, por vários motivos, eles não puderam. Foi difícil por causa da agenda, mas acabei encontrando um jeito".
Isso foi em março de 2002, apenas algumas semanas depois que o U2 fez seu lendário show no intervalo do Super Bowl, e dias depois que seu single "Walk On" ganhou o Grammy de Música do Ano.
"Franklin, filho de Billy Graham, me pegou no aeroporto", diz Bono. "Ele estava fazendo um trabalho muito eficaz com a ONG Samaritan's Purse. Mas não tinha certeza sobre como agir comigo. No caminho para encontrarmos seu pai, ele continuou me fazendo perguntas".
Bono reencena a conversa:
"Você… você realmente ama o Senhor?"
Sim".
"Ok, você o ama. Você é salvo?"
"Sim, e econômico (um trocadilho que ele fez com a palavra "saving", que significa "poupar", "economizar").
Ele não ri. Nenhuma risadinha.
"Você entregou a sua vida a Jesus? Você reconhece Jesus Cristo como seu Salvador pessoal?"
"Ah, eu conheço Jesus Cristo e tento não usá-lo apenas como meu Salvador pessoal. Mas, sim".
"Por que suas músicas não são, hum, músicas cristãs?"
"Elas são!"
"Bem, algumas delas são".
"O que você quer dizer com isso?"
"Bem, por que elas não… Por que não sabemos que são músicas cristãs?"
Eu disse: "Elas vêm todas de um lugar, Franklin. Olhe a sua volta. Olhe para a criação, olhe para as árvores, olhe para o céu, olhe para essa diversidade de colinas verdejantes. Nenhum deles traz uma placa que diz: 'Louvado seja o Senhor' ou 'Eu pertenço a Jesus'. Eles apenas dão glória a Jesus".
Por quatro décadas, Bono se envolveu em conversas como esta, respondendo a cristãos que não tinham muita certeza do que fazer com ele ou com o U2.

sábado, 18 de janeiro de 2025

U2 na lista 'Os 250 Maiores Álbuns do Século XXI Até Agora'


No século XXI, a música se tornou mais universal, imediata e acessível do que nunca. Em 1º de janeiro de 2000, o custo médio de um CD era de cerca de US$ 18, o que significava que se você quisesse possuir legalmente 250 álbuns, custaria cerca de US$ 4.500. O Napster existia e era bem óbvio, mesmo naquela época, que a era do CD de US$ 18 havia acabado, mas mesmo o fanático mais otimista do download não poderia imaginar um mundo onde todos os álbuns já gravados pudessem ir para um pequeno computador no seu bolso.
Uma mudança no consumo cultural tão abrangente está fadada a ser uma enorme mistura. No entanto, em meio a todas as mudanças tecnológicas que vimos nos últimos 25 anos (gravação de CD, iPod, compartilhamento de arquivos, streaming), a experiência de audição de um álbum completo permaneceu no centro da música. No início deste século, o álbum estava supostamente morrendo nas mãos do download de uma única faixa. Hoje em dia, um novo LP de um artista querido precisa ser significativo e bom o suficiente para inaugurar uma nova era, para não ser considerado um fracasso. As datas de lançamento dos álbuns são aguardadas com relógios de contagem regressiva, e as pessoas pagam de bom grado US$ 40 por novos "discos de vinil" que já têm de graça.
Os maiores artistas muitas vezes foram os inovadores mais radicais.
Com 25 anos deste século, A Rolling Stone lista os 250 discos que definiram esses tempos até agora. Ao compilar, queriam mostrar o máximo possível do escopo dessa história. Então, quando lhes deram a opção entre incluir vários álbuns de um artista e encontrar espaço para um disco que adicionasse algo importante ou interessante à lista, quase sempre escolheram a segunda opção. Ainda assim, esta é uma lista de álbuns, não de artistas, e certos pesos pesados simplesmente lançaram muitos LPs incríveis para negar. 

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U2 'All That You Cant' Leave Behind' - 2000

Depois de passar os anos 90 experimentando com ironia e eletrônica, o U2 decidiu começar os anos 2000 se despindo para o básico. Eles foram motivados pela decepção comercial de seu LP de 1997, 'POP', mas também por uma sensação incômoda de que "a composição tinha ficado em segundo plano em relação à experimentação", nas palavras do guitarrista The Edge. O resultado foi 'All That You Can't Leave Behind', uma reunião com os produtores Daniel Lanois e Brian Eno que rendeu o enorme hit de retorno "Beautiful Day". Outras faixas de destaque incluem "Walk On", "In a Little While" e "Stuck In A Moment You Can't Get Out Of". Este foi o U2 para uma geração inteiramente nova de fãs, e os enviou para o novo milênio com um impulso incrível e um renovado senso de propósito. — Andy Greene

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Negociações com o U2 estariam em andamento para uma apresentação no FireAid, show beneficente após os devastadores incêndios florestais de Los Angeles


Billie Eilish e Finneas, Earth, Wind & Fire, Gracie Abrams, Green Day, Gwen Stefani, Jelly Roll, Joni Mitchell, Katy Perry, Lady Gaga, Lil Baby, Pink, Red Hot Chili Peppers, Rod Stewart, Sting, Stephen Stills, Stevie Nicks e Tate McRae estão prontos para se apresentar no FireAid, o próximo show beneficente após os devastadores incêndios florestais de Los Angeles. Também subindo ao palco juntos pela primeira vez: Dave Matthews e John Mayer.
Mais atrações e convidados especiais serão confirmados nos próximos dias. O show estava originalmente programado para o Intuit Dome em 30 de janeiro, mas agora foi anunciado para o The Forum.
O Hollywood Reporter ouviu que há negociações em andamento com o U2 também, embora isso não tenha sido confirmado.
O FireAid foi anunciado inicialmente na semana passada para dar suporte às comunidades de Los Angeles impactadas pelos incêndios mortais que devastaram Pacific Palisades, Malibu e Altadena na semana passada. Os bombeiros ainda estão trabalhando para conter o incêndio, com o incêndio Eaton 55% contido e o incêndio Palisades 22% contido.
A Live Nation, a AEG e a Azoff Company fizeram uma parceria em Inglewood para sediar o show beneficente, descrito como uma noite de música e solidariedade. Os shows serão transmitidos por alguns cinemas AMC, Apple Music, Apple TV, Max, iHeartRadio, KTLA+, Netflix/Tudom, Paramount+, Prime Video e o Amazon Music Channel no Twitch, SiriusXM, Spotify, SoundCloud, Veeps e YouTube, demonstrando como o mercado musical está se unindo em torno do desastre local.
Irving Azoff, Jeffrey Azoff e Brandon Creed formam a Full Stop Management, que tem o U2 como cliente de gestão. 
A Live Nation cuida de todos os planejamentos de turnê do U2.
A renda do show se concentrará na reconstrução de infraestrutura, no suporte a famílias desabrigadas e no avanço de tecnologias e estratégias de prevenção de incêndios para garantir que L.A. esteja melhor preparada para emergências de incêndio.
O FireAid será produzido por Shelli e Irving Azoff e a família Azoff, em conjunto com a Live Nation e a AEG Presents. Os artistas ainda não foram confirmados pelos produtores do show.
Os incêndios atingiram as proximidades das casas de muitos artistas que estarão no show.
A lendária banda de rock Eagles doou US$ 2,5 milhões para o show beneficente.
Depois que os incêndios começaram inicialmente em Palisades em 7 de janeiro, devido aos fortes ventos de Santa Ana, as chamas continuaram a irromper pelo Condado de Los Angeles. Enquanto os socorristas trabalharam dia e noite para conter as chamas, mais de 12.000 casas, prédios e estruturas foram destruídos nos caminhos dos incêndios. Pelo menos 25 pessoas morreram.
Vários eventos de Hollywood também foram cancelados enquanto a comunidade de Los Angeles trabalha para se recuperar da devastação. Entre alguns eventos cancelados estavam aqueles que levariam ao próximo Grammy Awards de 2025.

Filme do U2 inspirou artista country à tocar no Sphere


Kenny Chesney quebrou muitos recordes em seus 30 anos de carreira, desde recordes de público em shows até marcos nas paradas musicais, e agora o astro country adicionará mais um prêmio à sua lista quando se tornar o primeiro artista country a se apresentar no Sphere.
Chesney disse em um comunicado que estava "dentro" quando soube das possibilidades tecnológicas do local de entretenimento singular, mesmo sem ter assistido a um show lá.
"Só a ideia da tecnologia 4D e o som impossivelmente dialed-in elevou a experiência para a No Shoes Nation, literalmente imergindo-os em música, visuais, som e estarem juntos. Para mim, essa será uma maneira totalmente nova de agitar os fãs, e mal posso esperar", disse Chesney.
Chesney explicou que visitar Las Vegas com seus consultores de turnê e assistir ao filme envolvente 'V-U2' no Sphere foram o suficiente para convencê-lo a fazer seu próprio show no local.
"Ficamos no chão enquanto eles passavam o filme do show do U2 e estávamos completamente consumidos. Podíamos ver a banda, mas era muito mais do que isso. Quase pegou o que eles estavam fazendo e multiplicou por outra dimensão", disse Chesney. "Sabendo quanta intensidade nossos shows geram, minha mente começou a pensar em todas as coisas que poderíamos fazer. Quando você vê como o show envolve você, o sonho começa".

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Bono e The Edge falam sobre "I Still Haven't Found What I'm Looking For"


Bono e The Edge falam sobre "I Still Haven't Found What I'm Looking For"

The Edge: Sabíamos que tínhamos algo especial, mas não foi fácil torná-la nosso, dando-lhe um selo individual. Quando você realmente a destrincha, é realmente uma melodia gospel e quase uma letra gospel.

Bono: A abordagem foi influenciada pela poesia dos Salmos, que eu sempre amei. Para mim, é muito parecido com o blues, onde o homem estava se entregando a Deus. É como Davi se entregando a Deus: "Onde você está quando eu preciso de você?" Essa coisa toda.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

'Songs Of Surrender' do U2 é só o retrato mais extravagante de uma nova onda da indústria musical


Site União Brasileira de Compositores - 2023

No começo do ano, era quase impossível não esbarrar com o U2 em Londres. Dos tradicionais pôsteres publicitários nas estações de metrô aos modernos paineis de LED de Piccadilly, lá estava uma foto do grupo irlandês e a informação de que seu novo álbum, 'Songs Of Surrender', chegaria em março.  
O que os anúncios não contavam era que este trabalho, o 15º da carreira do grupo, era só de regravações… de músicas do próprio U2. O quarteto passou meses em estúdio recriando nada menos que 40 canções de seu repertório, dos clássicos "With Or Without You", "Pride" e "Beautiful Day", a faixas menos conhecidas como "Peace On Earth". Eles não só mexeram nos arranjos originais, mas também editaram algumas letras.  
O projeto do U2 é só o retrato mais extravagante de uma nova onda da indústria musical: a de artistas entrarem em estúdio não para produzir material novo, mas sim para regravarem suas próprias músicas. Somente em 2023, nomes do naipe de Taylor Swift, Roger Waters e Fito Paez lançaram discos que traziam velhas canções em nova roupagem.  
"Eu acho que por trás dessas declarações variadas dos artistas justificando regravações de seu próprio material tem muito a intenção de soltar canções que já estão na memória afetiva dos ouvintes, o que garante repercussão boa e imediata", diz o jornalista e crítico musical Thales de Menezes, autor da newsletter Torpedo e colaborador da Folha de S. Paulo e do UOL.  
Há também um componente financeiro nesta estratégia, diz o produtor musical Rick Bonadio: 
"Isso sempre existiu nos formatos ao vivo e acústico. Hoje, creio que, com as negociações de catálogo, os artistas acabam querendo aproveitar e ser donos de seus fonogramas. Aí, regravam as canções como artistas independentes ou tendo um novo acordo de royalties para receberem mais", explica. 
É o que fez Taylor Swift anunciar, em 2019, que iria regravar integralmente os seus seis primeiros álbuns. Após o fim do seu contrato com a gravadora Big Machine Records, a pop star reivindicou o direito sobre as masters destes discos, mas não chegou a um acordo com seus ex-empresários e sua ex-gravadora. Resolveu refazer disco por disco, música por música, e ainda adicionou faixas inéditas a cada álbum recriado.  
A empreitada se mostrou um sucesso absoluto de público e marketing, com as músicas "novas" superando as "antigas" em número de plays e em execução radiofônica. Sempre sob o subtítulo de "Taylor's Version".  
É claro que as gravadoras receiam que seus artistas mais populares saiam fazendo o mesmo. De acordo com o 'The Wall Street Journal', a Universal Music Group, dona da Republic Records, atual gravadora de Taylor Swift, planeja mudar o seu contrato padrão para novos artistas, aumentando o período de “exclusividade” que a companhia possui sob algumas obras. Estes novos acordos, por exemplo, teriam cláusulas proibindo os artistas de regravarem suas músicas por até 7 anos após o seu lançamento.  
No Brasil, motivo parecido ao de Swift tem levado Nando Reis a revisitar seus sucessos em estúdio, quase sempre trazendo uma participação especial. Algumas dessas recriações estão no seu disco 'Nando Hits'.  
"Eu me tornei um artista independente. Gosto de fazer essas gravações, são todos de fonograma de minha propriedade. É uma razão bastante significativa, já que é uma coisa estranha as minhas obras serem propriedade eterna de outra pessoa que não eu", explica o artista.  
Mas regravar a própria obra não é só negócio. Nando diz que há um componente artístico relevante nessas versões: 
"O fato de ter um outro intérprete já dá uma cara completamente diferente para a música. São versões distintas e não concorrem uma com a outra".
A onda das regravações tem alcançado também o mercado independente brasileiro. A cantora, compositora e produtora Luiza Brina soma apenas 12 anos de carreira, mas já tem um álbum regravado em sua discografia. Seu elogiado disco de estreia, 'A Toada Vem É Pelo Vento', lançado em 2011, ganhou uma nova versão em 2022, pelo selo Dobra Discos. Além de recriar as canções em formato voz e violão, Luiza também trouxe convidados para participarem de três faixas. 
"Quando gravei essas músicas em 2011, foi de forma caseira, num contexto tecnológico diferente, não tínhamos acesso ao que a gente tem hoje em dia. Foi superespecial, tenho um grande carinho por esse disco, mas eu queria colocar essas canções num contexto mais atual", explica. "Minha leitura nesse sentido passou pela escolha de revisitar um repertório, permitir que ele chegasse a um público maior, reencontrar as canções e pensar novos caminhos pra elas. Não de forma ingênua, mas verdadeira".
A estratégia, diz a artista - que também é parte do grupo mineiro Graveola - deu muito certo. "Fiquei superfeliz com o resultado. Teve uma boa repercussão. Até por me juntar com artistas que dialogam com as minhas canções, e eu com as deles, isso fez as minhas canções chegarem mais longe".  
A tática de regravar adicionando um feat, defendida por Nando Reis, também atraiu o cantor e compositor paulista Wem. Em 2019, o músico chamou uma convidada para gravar com ele uma versão de "Se Eu Te Encontrar", faixa que havia sido lançada apenas três anos antes.
"Valeu muito a pena. A canção ganhou novo colorido e chegou a outras pessoas", conta.
Os números atestam: a faixa regravada é a mais popular de Wem no Spotify e tem 20% a mais de plays do que a gravação original.  
"No Brasil, essa onda de reprocessar os próprios hits ainda está mais restrita às turnês de retorno e aos registros desses shows e turnês, mas creio que as iniciativas de regravar em estúdio podem aumentar", prevê Thales de Menezes.  
O crítico, no entanto, não é um entusiasta da ideia.
"Sejam quais forem as intenções, é um sinal de empobrecimento da cena, sem dúvida. Já vejo com restrições essas bandas que voltam para a estrada só para tocar antigos hits, sem produzir algo novo, então entrar de novo no estúdio só para umas releituras me parece preguiça demais". 
Mas regravar pode ser um meio legítimo de tentar conquistar a já tão disputada atenção do público, defende Luiza Brina.
"Um artista que busca viralizar não está pautado por mercado, mas pelo desejo de alcançar mais gente, ecoar em mais lugares".
Para Rick Bonadio, não deveria haver tabu com este tema:
"Um sucesso sempre merece ser regravado e atualizado. Música boa serve pra isso: ser eterna".   

Bono fala sobre o impacto e a ressonância que a música de Jimi Hendrix teve em sua adolescência


Em seu álbum de 1988, 'Rattle And Hum', uma peça complementar ao filme de mesmo nome que documentou sua 'The Joshua Tree Tour' na América, o U2 homenageou algumas das lendas do blues, roots e folk que ajudaram a pavimentar o caminho para o surgimento do rock n' roll e, por extensão, sua própria existência.
A apresentação ao vivo de "All Along The Watchtower" incluída no disco foi obviamente planejada como um tributo à Bob Dylan (que colaborou com a banda em outro lugar do álbum, em uma faixa intitulada "Love Rescue Me"), mas também foi uma nota de agradecimento a Jimi Hendrix, que fez um cover memorável da música no terceiro álbum da Jimi Hendrix Experience, 'Electric Ladyland' de 1968.
'Rattle And Hum' também apresenta um trecho da versão icônica de Hendrix para "The Star Spangled Banner".
O guitarrista pode não parecer uma influência óbvia no U2, mas em uma entrevista de 1988 para a revista britânica de moda e cultura The Face, Bono falou sobre o impacto e a ressonância que a música de Hendrix teve em sua adolescência.
"Eu cresci ouvindo rock progressivo", ele disse ao escritor Max Bell. "Meu irmão Norman - Normal, como o chamamos - tinha Cream e Jimi Hendrix. Eu amava aquela soltura em Hendrix. Quando você é jovem, você tem toda essa violência em você, e aquela música a liberou para mim. Você odeia tudo então, certo? Mas você também tem um amor verdadeiro dentro de você que você não vai admitir. Eu gostava de Pete Townshend também; o que quer que ele estivesse procurando, eu estou procurando agora".
Em 1995, Bono também prestou homenagem a Hendrix durante uma entrevista para uma série de TV dos EUA intitulada 'The History Of Rock & Roll'.
"U2 não é uma banda punk", ele declarou, "mas há esse tipo de violência presente em nossa música... Eu realmente me identifico com esse lado do rock 'n' roll e Jimi Hendrix. Novamente, ele teve esse papel de exorcista. Ele colocou o Vietnã naquele amplificador e colocou muito naquela guitarra. Muito saiu dele. Ele é o grande gênio instrumental do rock 'n' roll".
Quando o entrevistador fez referência às mortes de Hendrix, Kurt Cobain e John Lennon, Bono respondeu dizendo que sempre "se sentiu muito bravo" com a perda de músicos tão grandes, acrescentando: "Eu só me pergunto sobre os discos que eles estavam prestes a fazer ou poderiam ter feito... especialmente Jimi Hendrix".

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Grande hit do U2 para The Edge "estaria em algum lugar no meio, em vez de perto do topo"


Bono e The Edge falam sobre "Pride (In The Name Of Love)" de 'The Unforgettable Fire' (1984)

The Edge: Aqui está um caso em que acho que a música em si é melhor do que foi gravado. Ela nunca se encaixou totalmente para mim como uma gravação. 
Achei que tocamos em uma abordagem rítmica que nunca poderíamos seguir até o fim. Pode ter sido nossa limitação como músicos. Na minha lista, estaria em algum lugar no meio, em vez de perto do topo.

Bono: Li um livro sobre a vida de Martin Luther King e ele falava sobre ele como um pacifista agressivo, e parecia se encaixar na música.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Campeão mundial de WWE esclarece que nunca trabalhou como guarda costas de Bono ou Larry Mullen


Conhecido como "The Celtic Warrior", Sheamus (Stephen Farrelly), nascido em Dublin, trabalhou em um pub de Dublin, Lille's Bordello, quando ele conheceu roqueiros famosos, que iam regularmente nesse estabelecimento. Foi dito em 2018 que Sheamus ofereceria seus serviços como "guarda-costas" em tempo parcial, onde ele vigiaria as celebridades, e assim, ele teria trabalhado com Bono e Larry Mullen.
Sheamus agora esclarece que ele nunca foi guarda-costas de nenhum integrante do U2.
Sheamus esclareceu isso durante a entrevista recente com Chris Van Vliet no Insight. Ele diz que apenas trabalhou em um clube que Bono costumava frequentar.
"Não. Eu trabalhei em uma boate chamada Lillie's Bordello. Era uma das melhores casas noturnas. Todas as estrelas entravam lá. Bono estava lá o tempo todo. Guggi, que é amigo dele. Eu só me certificava de que ninguém lhe acertasse a cabeça. Ele estava na área VIP principal. Existem duas áreas. Eles têm uma mulher chamada Valerie na porta e ela revistava todos que entravam, então você tem o clube principal, que é muito pequeno, então você tem o bar dos membros e então a biblioteca no andar de cima. Bono simplesmente entrava no bar dos membros e eu era um dos caras que se certificava de que ele não tivesse a cabeça acertada".

Enquanto seus companheiros de U2 podem priorizar as músicas, The Edge prioriza o "som"


The Edge apareceu recentemente no podcast Sodajerker e discutiu por que os elementos sonoros de uma música são tão cruciais. Enquanto seus companheiros de banda podem priorizar as músicas, The Edge prioriza o "som".
"Dizemos no U2 que as músicas são o chefe", disse The Edge. "Para mim, como guitarrista, o som é o chefe. Se eu tiver um som específico, ele vai me dizer o que fazer. É por isso que o som é tão importante para mim - porque ele me levará a uma ótima parte de guitarra se for um ótimo som. E se for um som terrível ou não muito interessante, vou lutar. Não serei capaz de inventar nada interessante".

sábado, 11 de janeiro de 2025

"O que é desta vez, Bono? Rock Contra Coisas Ruins?"


Bono - The Atlantic

"A liberdade é complexa e exigente.
Pode até ser um pouco maçante, o trabalho da liberdade. Certamente o trabalho de pacificadores. O que eu testemunhei e, claro, não tenho resistência. As luzes fluorescentes, as mesas de conferência com pratos de sanduíches velhos, as madrugadas de trabalho duro e de saudades de suas famílias em casa. Na Irlanda, no final dos anos 1990, eu não estava naquelas salas, mas todos prendemos a respiração enquanto quase todos desistiam de algo em que acreditavam pela causa da paz.
Essas coisas são complicadas. Eu costumava adorar um bom discurso retórico sobre isso. Atirar com sua boca antes que você soubesse de qualquer coisa fazia parte da atração do rock and roll. Eu costumava pensar que ser ouvido era a coisa mais útil que eu poderia fazer, talvez porque fosse a única coisa que eu realmente sabia fazer.
Mas em algum momento os retornos diminuíram. Lembro-me de Paul McGuinness, empresário do U2, com a sobrancelha levantada, perguntando irritado: "O que é desta vez, Bono? Rock Contra Coisas Ruins?"
Ainda gosto de atos simbólicos ou poéticos - um punho no ar, um grito, uma imagem indelével. Eu ainda acho que eles são importantes. Mas por mais de duas décadas, optei por mais ativismo e menos simbolismo. Uma petição por algo totalmente digno chega uma vez por mês em nossa casa. Mas eu não sou muito de assinar. Hoje em dia, estou mais inclinado a ser específico do que dramático, a organizar do que a agonizar.
Nas barricadas, essa palavra pode soar como um bocejo, mas agora tudo o que quero ser é um atualista (pensei que tinha inventado a palavra até encontrá-la no dicionário). Suponho que ser um atualista significa ser um idealista cruzado com um pragmático. Eu quero saber o que realmente funciona. Se eu der um soco, quero que ele realmente acerte. Eu gostava dos balanços selvagens da minha juventude. Mas agora estou animado com a estratégia e as táticas que podem colocar a injustiça em segundo plano.
E, na verdade, no final, não são as personalidades - tão monótonas ou luminosas quanto os cantores podem ser - que mudam as coisas. São movimentos como o Jubilee 2000 ou a ONE Campaign, que toma as ruas, mas também os corredores do Capitólio, os parlamentos e as reuniões do G8, trabalhando com pessoas que discordam em tudo, menos em uma coisa (viu o que eu fiz lá?), fechando acordos que lutam contra a injustiça da pobreza extrema. É também a ideia animadora da (RED), uma droga de entrada para o ativismo contra a AIDS, uma maneira de trazer os capitalistas a bordo (e isso foi antes de eu perceber que era um).
Sim, foi há 25 anos que a campanha de cancelamento da dívida do mundo em desenvolvimento me levou ao escritório do então senador Joe Biden. Ele era amigável - deixando referências ao Condado de Mayo, mesmo assim recitando poemas de Seamus Heaney. Mas ele também era temível - pronto para levar um soco e também dar. Esse é o tipo de lutador que você quer do seu lado.
Saí dessas reuniões com a sensação de que a própria normalidade das pessoas que escreveram os projetos de lei, que construíram as coalizões, cujo trabalho diário era o trabalho árduo e sem glamour de servir à liberdade, era de fato sua extraordinariedade.
É o que a luta pela liberdade precisa hoje: esforço fiel, teimoso e altruísta. Por muitos anos, citei a frase de Martin Luther King Jr.: "O arco do universo moral é longo, mas se inclina em direção à justiça". Agora sei que não. Tem que ser dobrado. E é assim que os muros finalmente cairão: na Ucrânia, no Sudão, em Gaza, em todo o Oriente Médio, em todas as partes do mundo onde a saúde e a humanidade estão em risco. Lincoln falou de um "novo nascimento da liberdade". Acho que ele quis dizer que a liberdade deve ser reconquistada por cada geração. Esse é um bom apelo à ação para um novo ano".

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Bono refletindo sobre a evolução do estado de liberdade ao receber a mais alta honraria civil concedida pelos Estados Unidos


Bono esteve em Washington, D.C. para receber a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta honraria civil concedida pelos Estados Unidos, em reconhecimento à sua arte e seus mais de 25 anos de trabalho como ativista contra a AIDS e a pobreza extrema. 
Refletindo sobre a evolução do estado de liberdade, Bono escreveu um ensaio para o The Atlantic, que foi publicado pouco antes da cerimônia na Casa Branca em 4 de janeiro.

"Em vez de voltar para a escola, fui para a África para estudar. África, um continente que enfrenta mais uma força colonizadora - um vírus. E o que foi a sentença de morte do HIV/AIDS senão uma negação da liberdade, ou seja, a liberdade de continuar vivendo? Bobby Shriver, Jamie Drummond, Lucy Matthew e eu lançamos a ONE e a (RED) para ajudar a suspender a sentença de morte. 
Nosso M.O. era recrutar uma ampla variedade de políticos em todo o espectro político e fazer o mesmo com as forças do comércio para garantir que a medicina que salva vidas chegasse às pessoas cujas vidas dependiam dela, independentemente de poderem ou não pagar por uma única pílula. 
Estávamos seguindo os ativistas africanos que lideravam a resistência a esse pequeno vírus desagradável na forma de grupos como o TASO em Uganda, o TAC na África do Sul, heróis anônimos como Zackie Achmat, que se recusou a tomar seus próprios ARVs até que estivessem disponíveis para todos. E levou o governo sul-africano ao tribunal para provar que ele e o HIV/AIDS existiam.
Na maior parte da minha vida, a liberdade poderia realmente manter a cabeça erguida. A liberdade tinha atitude, a liberdade era uma atitude. Os muros realmente caíram, não apenas o de Berlim: as Cortinas de Ferro da União Soviética foram retiradas para revelar democracias lutando para nascer, ofegantes por ar livre; e a pobreza extrema - uma armadilha tão confinante e debilitante quanto qualquer prisão - libertou milhões de pessoas de suas garras. Graças ao Pepfar (Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da AIDS), essa brilhante conquista interpartidária do presidente George W. Bush, 26 milhões de pessoas foram libertadas para continuar vivendo apesar do diagnóstico de HIV. E o Jubilee USA relata que nos anos desde Drop the Debt - outro triunfo bipartidário, este liderado nos EUA pelo presidente Bill Clinton - mais 54 milhões de crianças puderam ir à escola. Isso é liberdade.
Então, se a liberdade se vangloriava - ou mesmo às vezes cambaleava, carregando uma bebida e fumando um cheroot - nós meio que perdoamos a liberdade, porque ela obteve resultados.
Mas onde estamos agora, como meu herói David Bowie cantou?
A Medalha da Liberdade é um ato de nostalgia? A liberdade em si é um ato de nostalgia?
Talvez a ideia de liberdade como garantia. Mas não a liberdade como uma luta poderosa e digna.
Na América, a terra dos livres, vimos na eleição passada que a liberdade é universalmente valorizada, mas não universalmente definida. Para alguns, significa a liberdade de coisas, como acesso a cuidados reprodutivos; para outros, significa liberdade de várias formas de intrusão governamental percebida. É uma velha discussão familiar - mais antiga do que a própria América.
Enquanto a América luta com o significado da liberdade - não apenas o que é, mas quem a recebe - em outras partes do mundo, as pessoas estão literalmente morrendo por ela. Na Ucrânia, a liberdade é uma questão existencial brutalmente direta, enquadrada pelas armas e bombas de Vladimir Putin: suas vidas valem essa luta, essa batalha? No Sudão, uma guerra civil cujos partidos são apoiados por grandes potências coloca a questão do que significa liberdade quando a fome nem sequer é considerada uma nova ferramenta de guerra e dificilmente é notícia.
Em todo o Oriente Médio, a liberdade sempre foi benéfica para as grandes potências que passavam por lá, e não para os grandes povos nascidos do Levante. Na Síria, agora vemos os primeiros tiros de liberdade depois que Assad e Putin espremeram e sufocaram a vida deste terreno mais mitológico. Mas cautela é a palavra. As sementes da democracia podem ser espalhadas ou pisoteadas. Mesmo no Iêmen da Rainha de Sabá, vemos o Irã pisotear povos mais preciosos e impor seu tipo de fundamentalismo não apenas a seus vizinhos, mas a seu próprio povo, principalmente persa, mas também curdo, como Mahsa Amini. Mulheres e homens ansiando por respirar livres - livres da polícia do vício e da virtude. (Sim, esse é realmente o título formal deles).
E depois há Gaza. O primeiro-ministro de Israel por quase 20 anos, Benjamin Netanyahu, muitas vezes usou a defesa da liberdade de Israel e de seu povo como desculpa para negar sistematicamente a mesma liberdade e segurança aos palestinos - uma contradição autodestrutiva e mortal, que levou a um nivelamento obsceno da vida civil que o mundo pode visualizar diariamente em seus celulares. A liberdade deve vir para os reféns israelenses, cujo sequestro pelo Hamas desencadeou este último cataclismo. A liberdade deve vir para o povo palestino. Não é preciso ser um profeta para prever que Israel nunca será livre até que a Palestina seja livre".

A canção que o U2 queria que soasse como a liberdade pela qual estavam fazendo campanha em seu trabalho com a Anistia Internacional


Bono - The Atlantic

"Liberdade é uma palavra que aparece com embaraçosa frequência nas músicas de rock and roll. Como gostamos de associar livremente sobre liberdade. Ocasionalmente, somos bons para um "Chimes Of Freedom" (pelo menos Bob Dylan é), mas se formos honestos, a liberdade em que os músicos estão mais interessados é a nossa.
A razão pela qual estou subindo neste palanque escorregadio chamado "Liberdade" é porque estou recebendo uma medalha presidencial com esse nome - uma honra que estou recebendo principalmente pelo trabalho de outros, entre eles meus colegas de banda e nossos colegas ativistas - E isso me fez pensar novamente sobre o assunto. Quando as estrelas do rock falam sobre liberdade, mais frequentemente queremos dizer libertinagem do que libertação, mas crescendo na Irlanda da década de 1960, isso também teve seu lugar. Ficamos loucos por liberdades que não tínhamos: liberdade política, liberdade religiosa e (definitivamente) liberdade sexual.
Rock and Roll prometeu uma liberdade que não podia ser contida ou silenciada, uma linguagem internacional de libertação. As canções da liberdade dos cantores folk foram elétricas, as mensagens codificadas da música gospel explodiram na flor completa do funk e do soul. Até a disco prometeu a emancipação, de "I'm Every Woman" de Chaka Khan a "I'm Coming Out" de Diana Ross. No U2, queríamos que nossa música "Pride (In The Name Of Love)" soasse como a liberdade pela qual estávamos fazendo campanha em nosso trabalho com a Anistia Internacional. É assim que éramos intoleráveis.
Fora do estúdio, parecia que a liberdade era imparável. Na Europa, a geração anterior à nós havia pago pela nossa liberdade com sangue. Prometemos que nunca esqueceríamos. Sim, a liberdade foi parada aqui, suprimida ali, mas não para sempre, pensamos. Paredes foram feitas para cair. Acho que minha geração acreditava que a própria consciência estava evoluindo, que a humanidade estava se movendo inevitavelmente para ser mais livre e mais igual - apesar de cinco ou seis milênios de evidências ao contrário. Eu acreditei, de qualquer maneira.
Aos 18 anos, nós do U2 tivemos nossa primeira tentativa de ativismo em um show anti-apartheid no Trinity College Dublin. Mais tarde, respondemos ao chamado de Nelson Mandela e Desmond Tutu para retomar a causa da liberdade - neste caso, a liberdade da escravidão econômica - e ajudar a cancelar as velhas dívidas da Guerra Fria dos países menos desenvolvidos. As estatísticas não rimam muito bem, então eu não consegui cantar meu caminho durante esta campanha. Eu precisava do que um de nossos amigos, Bill Gates, mais tarde chamaria de atualização de software, ou seja, um cérebro maior".
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